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Câmara repudia atitude do Cisop e pode pedir o afastamento de Tirelli

A Câmara de Vereadores de Cascavel repudia a atitude do presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste do Paraná (Cisop), prefeito de Diamante do Sul, Darci Tirelli Guerra, que ingressou na Justiça pedindo a paralisação das atividades da CPI criada para investigar a aplicação de recursos do município de Cascavel. “Essa atitude constitui um atentado à Democracia e contra o povo de Cascavel, buscando cercear o poder constitucional que o nosso Legislativo tem de fiscalizar”, afirmou o presidente Gugu Bueno (PR), em entrevista coletiva concedida na manhã de hoje em seu gabinete, com a participação do presidente da CPI, Rômulo Quintino (PSL) e do integrante Jaime Vasatta (PTN).

Lembrando que Cascavel responde por 57% dos valores geridos pelo Cisop, o que significou mais de R$ 4 milhões no ano passado e mais de R$ 2 milhões só em 2015, Gugu Bueno disse que esperava uma atitude mais transparente do Consórcio. “Questionamos a aplicação dos recursos de Cascavel, mas o Cisop preferiu sonegar as informações, em um gesto de ofensa ao Legislativo e à população”.

AFASTAMENTO DE TIRELLI

A Casa Legislativa pretende dar entrada em um mandado de segurança contra o Cisop, com base no artigo 31 da Constituição Federal, que garante aos vereadores o poder de investigação sobre gastos públicos. Além disso, verifica a possibilidade de contar com o apoio do Tribunal de Costas do Estado do Paraná. Outra ação será verificar a possibilidade legal de pedir o afastamento de Darci Tirelli Guerra da presidência do Cisop, enquanto prosseguirem os trabalhos da CPI. “Temos 43 mil consultas especializadas represadas, demonstrando que o Consórcio não tem funcionado a contento para o povo de Cascavel”.

TRANSPARÊNCIA

Para o presidente da CPI, Rômulo Quintino, entrar na Justiça para barrar a CPI foi atitude inconcebível por parte de um gestor público. “O dinheiro que Cascavel investe no Cisop equivale a três vezes o orçamento de Diamante do Sul e a atitude do seu presidente mostra que o Cisop não quer a transparência no processo, evidenciando que podem existir segredos. Quem não deve não teme”. Para Rômulo, o Consórcio não pode se furtar a dar informações. “Precisamos saber onde e como são feitos os exames, como são pagos os funcionários, como são contratados, temos o dever de averiguar se Cascavel está sendo contemplado com 57% no que diz respeito à utilização dos serviços”.

BLINDAGEM

De acordo com Quintino, o prefeito Edgar Bueno, que é quem assina os cheques de Cascavel para o Cisop, já disse que a Câmara tem que investigar. “Só há uma pessoa que se recusa a responder nossas perguntas: justamente o investigado. Isso é inaceitável”. Para o vereador Jaime Vasatta, “Cascavel não pode se curvar diante de uma posição inexplicável e nem aceitar essa blindagem quando à atuação do Consórcio”. E arrematou: “Será que não estão usando dinheiro dos cascavelenses para atender moradores de outros municípios”?

(Assessoria de Imprensa/CMC)