Convocado pelo vereador Jorge Menegatti (PSC) através do Requerimento nº 354/2013, o secretário de Administração da prefeitura, Alisson Ramos da Luz, prestou esclarecimentos sobre o programa Cascavel Digital, que oferece sinal de internet gratuito via rádio nas áreas urbana e rural.
Em novembro, Menegatti apresentou um relatório, fruto da fiscalização feita em diversas áreas do município, e concluiu que o programa Cascavel Digital não funciona em 83% dos locais analisados. Dos 24 pontos testados, apenas dois funcionou razoavelmente: na feira do produtor da Avenida Brasil e no aeroporto. Os outros 22 pontos apresentaram conexão insuficiente ou nula. Além dos problemas com a conexão, a equipe encontrou dificuldade para realizar o cadastro inicial necessário para acessar a rede e também não conseguiu atendimento através do número fornecido pela empresa prestadora de serviço. Além disso, o sistema de cadastro voltou a funcionar apenas 15 dias depois de feita a reclamação.
Outro problema enfrentado pelas pessoas que tentaram utilizar o serviço é a necessidade de antenas para computadores de mesa. Ainda que instaladas, as antenas não garantem a conectividade. A parcela da população usuária com maior poder aquisitivo migrou para prestadoras de serviço particulares, porém as famílias de baixa renda permanecem sem serviço de internet.
Alisson abordou quatro pontos principais para defender o programa. O primeiro deles é a definição de que o projeto foi projetado para oferecer inclusão digital, ou seja, iniciação em informática para famílias de baixa renda que não podem pagar por provedores privados de internet. Em seguida, o secretário explicou que os 41 pontos de acesso distribuídos pelo município atendem 30 mil pessoas cadastradas e cerca de 60 mil pessoas indiretamente, “a internet oferecida é via rádio, uma tecnologia que tem muitos pontos positivos, como o baixo custo, por exemplo, mas que nós sabemos que oferece alguns problemas”. Allison também apresentou indicadores que apontam o programa de inclusão digital de Cascavel como referência em revistas especializadas e conferências que discutem o quesito inovação nas cidades brasileiras.
O secretário foi questionado por Paulo Porto (PCdoB) sobre a ausência de internet nos CMEIS (Centro Municipal de Ensino Infantil) e também por Jorge Bocasanta (PT), a respeito da qualidade do acesso à internet nas escolas municipais. Segundo Allison, “com o PDI (Plano de Desenvolvimento Integrado), um rede de fibra ótica própria será instalada em diversos prédios públicos, aumentando a velocidade da internet e alcançando novos locais”.
Jorge Menegatti rebateu o discurso do secretário, afirmando “não é por que é um programa de inclusão digital, com conotação social, que pode não funcionar. Se o serviço foi contratado e a população de Cascavel está pagando, as empresas precisam oferecer sinal de qualidade e assistência técnica para os usuários, do contrário, só vão existir cadastros, mas não uso efetivo”.
O vereador continuou com a fiscalização em 2014, desta vez em nove pontos diferentes, dentre eles os bairros Parque Verde, Santa Cruz, Neva e também no Lago Municipal. Em nenhum dos pontos foi possível realizar sequer o teste de conexão, tendo em vista a ausência de sinal ou a baixa conectividade. Para Menegatti, estes resultados apontam que “não houve melhora na qualidade do serviço prestado nos últimos meses, o que gera uma grande insatisfação por parte dos usuários e também da população, que paga por um serviço que está muito aquém do desejado e ideal”.
Assessoria de Imprensa/CMC