Após uma longa discussão jurídica sobre a permissão para permanência no plenário do denunciante, Laerson Matias e do advogado que o representa, Elcir Zen, a oitiva do jornalista Jair Pereira foi iniciada sem a participação de ambos. O depoimento aconteceu nesta sexta-feira (16), às 9h.

O advogado de defesa de Bebber, Helio Ideriha, recorreu ao que diz o Regimento Interno da Câmara, em seu artigo 208, para pedir que Matias se retirasse do plenário, se abstivesse de fazer questionamentos para a testemunha e também para que fosse declarada nula a oitiva realizada ontem. O procurador jurídico da Câmara, Pascoal Muzeli Neto, foi chamado pela Comissão para exarar parecer sobre a situação. De acordo com seu entendimento, a comissão processante tem caráter tanto legislativo quanto judiciário e excepcionalmente deve permitir o acompanhamento de todos os atos pelo denunciante, o que não acontece nas sessões ou durante as reuniões das comissões permanentes. No entanto, o presidente da Comissão, Rui Capelão (PPS) não acatou o conselho do procurador e solicitou que Laerson e Elcir se retirassem do plenário.

Jair Pereira foi questionado pelos membros da Comissão e também pelo advogado de Bebber. O foco das perguntas foi a maneira como o jornalista tomou conhecimento da gravação e qual era seu grau de envolvimento com os indivíduos citados no caso. Jair afirmou que a nota publicada em seu jornal O Comunitário foi baseada em conversas de bastidores que ouviu na Câmara e esclareceu que manteria o anonimato de suas fontes. Para ele, a existência da gravação em que Bebber supostamente pede propina para aprovar o projeto que cria o Residencial Rivieira já era um boato disseminado, ainda que a gravação tenha aparecido apenas alguns dias depois.

Na semana que vem não serão realizadas oitivas, a pedido do advogado de Bebber, Helio Ideriha, que já tem compromissos agendados. As outras testemunhas arroladas no caso devem ser ouvidas dentro de duas semanas.

Assessoria de Imprensa/CMC