Em nova oitiva realizada nesta quinta-feira (07), a CPI da Saúde ouviu quatro servidores da saúde municipal. Desta vez, o foco do inquérito foi o funcionamento das Unidades Básicas de Saúde, programa Saúde da Família e trabalho dos ACS (Agentes Comunitários de Saúde). Nenhum dos entrevistados afirmou ter conhecimento das mais de 700 denúncias que já chegaram à CPI da Saúde e também afirmaram desconhecer a conduta do médico Jetson Franceschi.
A primeira a ser ouvida foi Angela Chavaren, coordenadora das UBS’s da região sul. Para ela, os problemas não estão relacionados com sua gestão, já que os funcionários receberam treinamento e cada Unidade Básica tem seu próprio gerente.
Rafael Athayde, coordenador de oito UBS’s e nove equipes Saúde da Família, explicou que a avaliação do atendimento depende do perfil da região, tendo em vista que “em alguns bairros a população depende totalmente do serviço do SUS enquanto em áreas com maior renda, o atendimento é realizado também através dos planos de saúde ou clínicas particulares”. Athayde ressaltou a importância da informatização completa do sistema, medida que promoverá agilidade e eficiência na acolhida dos pacientes. Outro questionamento feito pelos vereadores ao coordenador tratou da distribuição dos equipamentos de proteção individual aos ACS, que incluem óculos de sol, protetor solar, bota e sombrinha. O coordenador afirmou que todos os itens foram distribuídos normalmente, apesar das reclamações recebidas pela CPI.
Sobre o assunto, Rosane Bendo, responsável pelo Programa Saúde da Família, contradisse Athayde e afirmou que nunca viu os óculos escuros e que os novos agentes realmente só receberam o crachá, não receberam uniformes e usam suas próprias sombrinhas.
O último entrevistado foi Rodrigo Rodrigues, médico da UPA I. O profissional reclamou da falta de enfermeiros, falta de estrutura física para atendimento e sobrecarga de trabalho. Sobre o cartão-ponto, o médico afirmou que não tem problema para fazer o registro e que este nunca foi editado. A polêmica sobre a alteração de registro de jornada de trabalho foi intensificada pela prisão do médico Jetson Franceschi há dois dias. Franceschi registrava o ponto e dois minutos depois se dirigia ao consultório particular, voltando à Unidade Básica do Universitário para atender por apenas uma hora.
Amanhã serão ouvidos servidores da UBS Faculdade, Roseli Dietrich, coordenadora da UBS Faculdade; Tanara Dorr, chefe de enfermagem da UBS Faculdade; Ilda Poles, zeladora UBS Faculdade; Lucinéia Crestani, atendente UBS Faculdade e Luiz Carlos Marcomini, atendente UBS Faculdade. As oitivas iniciam às 9h.
Regina Krauss/Assessoria de Imprensa/CMC
Legenda: Angela Maria Chavaren sendo ouvida pela CPI da Sáude.
Foto: Flávio Ulsenheimer/Assessoria Câmara Cascavel