Quatro médicos que atendem no sistema municipal de saúde foram ouvidos na manhã desta sexta-feira pela CPI da Saúde (Comissão Parlamentar de Inquérito). Prestaram depoimento José Ernesto Correa da Conceição, Rodrigo Bevilacqua Frota, Eudócio Cabreira Bittencourt e Evandro Luis da Rosa. Também foi chamado Rodrigo Guimarães Mesquita, mas como o servidor estava em férias, será reconvocado na segunda quinzena do mês.
Todos os médicos afirmaram que os problemas relatados pelos vereadores, como atraso no atendimento, descanso por tempo excessivo e descaso com pacientes, são casos pontuais. Rodrigo Frota, por exemplo, foi perguntado a respeito de um episódio em que a Comissão encontrou pacientes esperando por atendimento enquanto o profissional descansava. O médico justificou que “neste dia específico tive uma crise de enxaqueca e precisei descansar por cerca de três horas. Não pedi atestado e não fui embora porque achei que podia ajudar o outro colega quando melhorasse”.
Os profissionais relataram ainda a dificuldade em encontrar leitos para todos os pacientes que esperam nas UPAs (Unidade de Pronto Atendimento). Para Eudócio Bittencourt “faltam mais leitos do que médicos”. Os profissionais explicaram que casos de baixa complexidade deveriam ser resolvidos nas UBSs (Unidade Básica de Saúde) e casos de alta complexidade deveriam ser prontamente encaminhados pela Central de Leitos a um hospital ou a um centro de referência.
Outro ponto abordado pela CPI foi a edição do cartão-ponto. José Ernesto Correa e Eudocio Bittencourt alegaram que só são feitas edições posteriores nos pontos quando o leitor não funciona e que não poderiam justificar a questão falando em nome de todos os médicos. Sobre a situação do distrito de São João, atendido por Evandro da Rosa, os vereadores questionaram como é feito o acompanhamento dos pacientes pelo Programa Saúde da Família e o profissional explicou que nas terças são feitas as visitas domiciliares e os agendamentos de consultas acontecem apenas às segundas-feiras. O médico acredita que a Unidade de Saúde tem uma equipe suficiente no local, o problema está na transferência para leitos.
Na próxima semana, dia 07 de Novembro, novas oitivas devem acontecer. A CPI ainda analisa cartões-ponto e deve ouvir outros profissionais da saúde. Como o prazo regimental para finalização dos trabalhos em 120 dias, os integrantes podem pedir prorrogação de 60 dias, o que levaria a CPI até março de 2014.
Regina Krauss/Assessoria de Imprensa/CMC
Legenda: Médicos não confirmaram problemas no atendimento à população
Foto: Flavio Ulsenheimer/Assessoria Câmara Cascavel