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CPI da Saúde ouve médica afastada por doença acusada de trabalhar em Lindoeste

Os depoimentos da CPI da Saúde tomaram toda a tarde desta segunda-feira (24), no plenário da Câmara. Os dois principais convocados da oitiva foram a médica clínica geral Monica Regina Moreira e o presidente da Associação Médica de Cascavel, o cardiologista Luiz Burgarelli.

Monica foi convocada para prestar esclarecimentos sobre a denúncia que chegou até a CPI de que ela estaria atendendo pacientes no município de Lindoeste, mesmo estando afastada por motivos médicos dos seus dois contratos de três horas que possui em Cascavel. Monica afirmou sofrer de duas doenças sérias, cujo tratamento permite períodos de produtividade, mas exige períodos de afastamento. A médica afirma ser portadora da síndrome de Crohn e também de síndrome do pânico. De acordo com ela, “estava em Lindoeste por que meu tio é diretor do hospital e eu estava apenas acompanhando alguns plantões feitos por um amigo”. A médica assegurou nunca ter recebeido nada pela função, mesmo que em algum momento possa ter prescrevido medicamentos ou preenchido formulários. Sobre seu pedido de exoneração, a médica afirmou “passei por muito stress com essa situação, as pessoas me reconhecem na rua como aquela médica que estava agindo errado”. Monica reiterou que não estava exercendo a prática médica em Lindoeste, “eu não perderia minha reputação pelo salário irrisório que recebo em Cascavel”.

O último a ser ouvido foi Luiz Burgarelli. O presidente da Associação Médica de Cascavel foi instado a falar sobre o “acordo branco” denunciado por ele durante uma entrevista a um canal local. Esse acordo permitiria que médicos não cumprissem toda a sua jornada de trabalho ou saíssem de seus turnos para atender em outros locais, como aconteceu no caso da denúncia feita pela CPI envolvendo o médico Jetson Franceschi. Na oitiva, no entanto, Burgarelli afirmou que “o termo ‘acordo branco’ foi mal interpretado, “não significa uma espécie de máfia ou de conluio de interesses, apenas quer dizer que nossa profissão tem algumas particularidades, especialmente na pediatria ou cardiologia, exigindo maior flexibilidade de horários dos profissionais”. O médico afiançou que em algumas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) realmente não existe espaço para dois médicos atenderem ao mesmo tempo, por isso, um deles precisa ficar esperando enquanto o outro atende.

Os outros dois depoimentos tinham o intuito de esclarecer o modo como é feito o encaminhamento de pacientes atendidos pelas concessionárias de pedágio aos hospitais de Cascavel. Foram convocados, Clayton Regis Cezarotto, gerente de operações da Ecocataratas e Luciano Mendes, gerente de operações da Viapar. Luciano encaminhou ofício à CPI pedindo redesignação por motivos pessoais.

Clayton explicou que – após atenderem os pacientes com suas equipes próprias nas rodovias – as concessionárias apenas acionam o CONSAMU. Clayton também negou haver preferência no encaminhamento de pacientes aos hospitais particulares.

Assessoria de Imprensa/CMC