Os vereadores da CPI do Cisop realizaram nesta segunda-feira (14), as primeiras oitivas da comissão parlamentar de inquérito. Foram ouvidos os médicos Antônio Carlos de Andrade Soares, Luiz Carlos Gonçalves de Andrade, Rene Cecílio Filho e Marco Antônio Botini Bastos, que prestam atendimento no Cisop (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste do Paraná).
A comissão é formada pelos vereadores Romulo Quintino (presidente), Jorge Bocasanta (relator) e Jaime Vasatta (membro). A lista de testemunhas convocadas pela CPI foi elaborada com o objetivo de conhecer melhor o sistema de atendimento e gestão do consórcio. “Nossa preocupação, mais do que o número de atendimentos, é a resolutividade dos casos, que é muito baixa”, afirmou Bocasanta.
Os quatro profissionais atendidos apontaram a baixa remuneração dos médicos por consultas e cirurgias como um dos grandes problemas da saúde pública. O cirurgião geral Luiz Carlos de Andrade afirmou “no caso dos procedimentos cirúrgicos recebo R$ 100 e os auxiliares R$ 50, pela cirurgia e mais o acompanhamento do paciente”. Segundo o ortopedista Marco Antônio Botini Bastos “os valores pagos pelo Cisop e pela tabela SUS estão bastante defasados, por isso não adianta atender um grande número de pacientes e não conseguir realizar as cirurgias necessárias”.
A situação da neurologia é ainda mais grave. Antônio Carlos Soares e Rene Cecilio Filho, ambos neurologistas, denunciam a demora no encaminhamento de pacientes graves, com aneurismas, por exemplo. São casos em que o atendimento cirúrgico deve ser feito em um ou dois dias, caso contrário, a chance de sobreviver é mínima. Rene esclareceu ainda que neurologistas no Cisop atendem casos de psiquiatria, que não são sua especialidade e demandam atendimento contínuo. O médico sugeriu ainda que os pacientes agendados pelas UBSs sejam reavisados das consultas e que o modelo de seleção dos casos de urgência e emergência seja desburocratizado, sob o risco dos pacientes morrerem nas filas nas diferentes instâncias da saúde pública.
Para o vereador Romulo Quintino, os depoimentos de hoje deixaram claro que “falta comunicação entre a diretoria do Cisop e os médicos para que se possa melhorar o atendimento dentro das particularidades de casa especialidade”. Romulo destaca ainda a necessidade de maior independência para que os profissionais decidam o que é emergência, tendo em vista que apenas eles têm conhecimento técnico para realizar este tipo de avaliação.
Na próxima quarta-feira (16), serão ouvidos, pela manhã, os médicos Rogério Fonseca Vituri e André Pereira Westphalen e no período da tarde, Renato Sonda, Marise Vilas Boas e Helenara Osório Cavalli.
Assessoria de Imprensa/CMC