Notícias

CPI do Cisop ouve diretor do Cisop e Secretário Municipal de Saúde

Nesta quinta-feira (24), a comissão parlamentar de inquérito que investiga irregularidades no Cisop realizou as oitivas do secretário de saúde de Cascavel, Reginaldo Andrade, do diretor do Cisop, Darci Tirelli e do ex-presidente do Cisop, Renato Tonidandel.

A testemunha mais esperada era o prefeito de Diamante do Sul e diretor do consórcio, Darci Tirelli. Os vereadores tiveram a oportunidade de apurar as denúncias recebidas pela CPI e também colhidas através de visitas e análise de documentos. Os principais questionamentos direcionados à Tirelli giraram em torno da contratação para estágio de sua sobrinha, Milaine Koprowski, a compra de livros de Direito que supostamente teria sido utilizada para fins pessoas por Milaine, o pagamento de contratos que ainda estavam em fase de discussão judicial e a falta de uso de equipamentos para exames quer permanecem sendo terceirizados.

Tirelli explicou “os equipamentos aguardam a inauguração da nova sede do Cisop e o consórcio não dispõe de profissionais e equipamentos complementares para colocar em funcionamento os aparelhos”.

Sobre a contratação de sua sobrinha – que de acordo com documentos cumpria estágio simultaneamente no Cisop e na Advocacia Geral da União – Tirelli apenas explicou que a admissão de estagiários segue o mesmo trâmite para todos, através de uma empresa especializada. Romulo Quintino questionou: “O senhor tem conhecimento de que sua sobrinha assinou os livros de Direito da biblioteca do Cisop?”.

O relator da comissão, Jorge Bocasanta, foi enfático ao cobrar do diretor que acompanhe o atendimento prestado à população. De acordo com Tirelli, o consórcio recebe reclamações sobre o tempo de consulta e a qualidade do atendimento médico, “mas os profissionais têm autonomia para decidir o diagnóstico e como farão suas consultas”, afirmou.

O secretário de saúde de Cascavel, Reginaldo Andrade, destacou a importância do consórcio para todos os municípios integrantes, “o Cisop é um dos principais prestadores de serviço de Cascavel. Por ser consórcio, tem um custeio menor, aumentando o número de profissionais e de pacientes atendidos”.

Ao ser questionado sobre a resolutividade das consultas, Reginaldo respondeu que o encaminhamento para cirurgia é, de fato, um problema constante, mas que “a questão da resolutividade cirúrgica não é de responsabilidade do Cisop, que realiza apenas atenção secundária de saúde”.

Bocasanta apresentou documentos que comprovam, segundo ele, que Cascavel têm pago exames para pacientes de outros municípios. O secretário afirmou desconhecer a situação. Bocasanta encaminhará ofícios solicitando os dados de pagamento de exames e também o cartão-ponto dos médicos do municipio que atendem nas instalações do Cisop.

Um levantamento realizado pela Secretaria de Saúde aponta que 45% de pessoas encaminhadas para consultas no Cisop pegam fichas e não comparecem e 21% dos pacientes nem chega a buscar as requisições, após terem sido encaminhados.

Convocado para descrever o histórico do consórcio e avaliar possíveis mudanças, Renato Tonidandel, ex-diretor do Cisop, afirmou “precisamos pensar numa forma de acelerar o processo entre as consultas e os procedimentos cirúrgicos, tendo em vista que as pessoas vêm 10 vezes no Cisop, mas não conseguem uma cirurgia na 10ª Regional de Saúde”. Renato assegurou ainda “o maior interesse sempre foi ter o nosso próprio centro de cirurgias no Cisop”.

Assessoria de Imprensa/CMC