Cascavel (21 de agosto) – A educação enquanto instrumento de humanização é uma ferramenta importante para ressocialização de cidadãos em privação de liberdade. Estudos e pesquisas na área do sistema carcerário comprovam que os detentos com acesso aos estudos dentro das unidades prisionais alcançam resultados efetivos no processo de reintegração social e na diminuição dos índices de reincidência criminal.
A convite da pedagoga Elisangela Aparecida de Lima, o vereador Paulo Porto (PCdoB) esteve nesta quarta-feira (21) conhecendo a estrutura do CEEBJA (Centro de Educação Básica de Jovens e Adultos) Wilson Antonio Neduziak, que funciona na PIC (Penitenciária Industrial de Cascavel) e abrange também a PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel).
Porto reuniu-se com professores que atuam nos presídios, conheceu detalhes sobre o projeto pedagógico, além de algumas demandas e desafios, que vão desde problemas estruturais até a desmistificação no âmbito social do estigma e o preconceito que a sociedade tem do preso ou do ex-detento. “Precisamos provocar essa discussão sobre a maneira como ex-preso é visto na sociedade ou até mesmo do tratamento penal que é distorcida lá fora por informações precipitadas ou distorcidas”, explica Elisangela.
O professor Celso Correa Junior, diretor do CEEBJA, falou de alguns problemas de estrutura como a dificuldade do desenvolvimento de atividades educacionais em virtude do déficit de agentes penitenciários, maiores espaços de salas de aula na PEC, problemas com materiais didático e aprovação do calendário escolar. “Na PEC não temos problemas da falta de agentes, mas temos dificuldade com material didático como livros de literatura básica e salas”, citou.
Professor da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), Paulo Porto também discutiu a possibilidade de convênios e projetos de extensão dentro das unidades prisionais. “A missão destes professores é de muita responsabilidade, ela passa desde a alfabetização dos detentos até o processo de reintegração. Esse trabalho de educação e formação é base do preceito legal da integração social harmônica do condenado e a humanização da pena da prisão”, comentou o vereador.
As aulas do CEEBJA nas unidades prisionais funcionam nos períodos matutino e vespertino. Na PIC, 280 detentos estudam no universo de 360 presos. Na PEC, que conta com uma população carcerária próxima a mil pessoas a incidência de detentos em sala de aula é menor. Ao todo são nove salas de aulas nas duas unidades. Além das disciplinas regulares do ensino médio, os detentos contam com oficinas de musicalização, artes, panificação e teologia. A cada 12 horas de estudo os detentos têm um dia reduzido na pena a ser cumprida.
“Muitos detentos já concluíram o ensino médio dentro das dependências da penitenciária e a média de reincidência diminui em muito nesse processo”, comenta a pedagoga Elisangela Lima. Durante a visita à PIC, o vereador Paulo Porto também reuniu-se com o vice-diretor da unidade, Edson Pereira de Souza.
Julio Carignano/ Assessoria de Imprensa/CMC
Legenda: Porto reuniu-se com equipe de professores da PIC e com o diretor-geral da unidade, Edson de Souza
Crédito: Júlio Carignano