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Exploração de gás de xisto é tema de discussão na Câmara

Nei Haveroth (PSL) usou a tribuna ontem (03) para apresentar aos colegas vereadores e também à comunidade presente o debate sobre a exploração do gás de xisto na região. O vereador deve, em nome da Comissão de Agricultura e Defesa do Meio Ambiente da Câmara, convocar uma audiência pública para discutir a questão.

Nei afirmou “precisamos iniciar esta discussão, apresentando dados e pesquisas confiáveis para conhecer melhor a questão, sem precipitação”. O gás de xisto é usado para produzir gás natural que serve como combustível para indústria e veículos. Um dos blocos mais disputados para exploração fica na bacia do Rio Paraná, onde está localizado o aquífero Guarani, maior reservatório de água subterrânea do mundo, responsável por abastecer as regiões sul e sudeste. Cascavel é uma das cidades onde a exploração deve ser implantada.
A principal preocupação dos ambientalistas e também de pesquisadores é o método utilizado para extração do gás de xisto, o “fracking”. O termo em inglês é utilizado para definir o fraturamento hidráulico da rocha, processo de injeção de toneladas de água sobre alta pressão no qual é necessário uma grande quantidade também de areia e produtos químicos. Quando essa água utilizada volta para a superfície está contaminada e pode atingir tanto rios e lagos, por exemplo, bem como águas subterrâneas.

A retirada do gás armazenado na rocha de xisto betuminoso é um processo complexo que exige alta tecnologia. A perfuração geralmente ultrapassa mil metros abaixo da superfície. No entanto, o gás tem sido visto como uma alternativa ao petróleo, aumentando o número de países produtores de fontes de energia.

Outro aspecto relacionado a este processo está profundamente relacionado aos sistemas de produção locais, baseados na agricultura. A exploração do gás de xisto tem vida útil curta e afeta os locais onde se instala não apenas pelos pontos específicos de extração, mas também pelo transporte e armazenamento do produto. A ANP (Agência Nacional de Petróleo) divulgou neste ano uma regulamentação para evitar danos ao meio ambiente e também à saúde humana.

Em novembro de 2013, a Agência leiloou blocos destinados ao mapeamento e extração em 12 Estados (Amazonas, Acre, Tocantins, Alagoas, Sergipe, Piauí, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Maranhão, Paraná e São Paulo). A arrecadação total foi de R$ 165 milhões, e as atividades de exploração devem começar em 2014.

Assessoria de Imprensa/CMC