Depois de denunciar a falta de qualidade e o que considera superfaturamento na compra dos tênis do uniforme escolar distribuído aos alunos da rede pública municipal de ensino, o vereador Julio Cesar Leme da Silva (PMDB) divulgou nesta quarta-feira (13) o resultado de um laudo técnico feito sobre os outros itens do kit, como agasalhos, shorts, camisetas, etc. O trabalho foi desenvolvido pelo laboratório do SESI/SENAI de Brusque, em Santa Catarina, considerado um dos maiores pólos de confecção do País.
De acordo com o vereador, foram encontradas irregularidades em todos os itens que compõem o vestuário do uniforme escolar tendo como base o que foi exigido no edital do processo licitatório, vencido pela empresa Giro, de Curitiba. Para apresentar o resultado do laudo, o vereador traçou comparativos com os uniformes escolares adquiridos pelas prefeituras de Arapoti e Maringá, no Paraná, e Bragança Paulista, do interior de São Paulo. Julio afirmou que as camisetas com e sem manga, agasalhos (calça e jaqueta), bermudas e short saia apresentam desconformidades com o que está explicitado no edital. “As peças foram confeccionadas com tecido inferior ao que foi exigido e com indicativo de que não foi produzido no Brasil”, afirmou, ressaltando que o tecido fabricado na China, por exemplo, tem preço bem inferior ao do nacional.
O legislador citou como exemplo a camiseta com manga, que custou aos cofres públicos de Cascavel R$ 13,50, enquanto que a de Bragança foi entregue a R$ 6,20 e a de Maringá a R$ 3,97. “A de Maringá é de melhor qualidade e ainda apresenta detalhes de costura, o que encarece a mão-de-obra. Mesmo assim, tem preço bem inferior a de Cascavel”, frisou.
Grande diferença de qualidade e custo também foi encontrada no agasalho, composto por jaqueta e calça, que custou R$ 50,00 em Cascavel. Em Bragança Paulista o conjunto foi entregue à Prefeitura por R$ 26,20, enquanto que em Maringá as peças foram orçadas em R$ 25,00.
Ao final da apresentação, Julio afirmou que todo levantamento e o resultado do laudo técnico estão sendo encaminhados às promotorias estadual e federal e também à Polícia Federal, já que há indícios de fraude com utilização de tecido adquirido de forma ilícita pela empresa vencedora da licitação.
LEGENDA
Julio apresentou laudo do SESI/SENAI sobre peças do vestuário do uniforme escolar
CRÉDITO
Ass. Imp.