Deputados que integram a CPI do Pedágio saíram de Cascavel na última quinta-feira (3) satisfeitos com o resultado da Audiência Pública, mas também levaram na bagagem muita cobrança sobre o resultado da investigação. O presidente da Câmara de Cascavel, Marcio Pacheco (PPL) não economizou no peso do discurso e desafiou os parlamentares a apresentarem um relatório que não termine em pizza.
Pacheco também disse que dará encaminhamento a uma proposta para acabar com a suspeita de sonegação fiscal nas praças de pedágio da região. Ele pedirá a instalação de máquinas com cupom fiscal. Com isto, todo e qualquer veículo que pagar o pedágio receberá um comprovante que gerará - automaticamente - uma transferência de imposto (ISS) para o Município. A ideia de cupom fiscal tem sido repetida pelos deputados desde que foram informados que não existe controle do Estado ou dos municípios na aferição de veículos (número e tipo) que passam pelas praças de pedágio.
PROMESSA
Autoridades e moradores da região de Cascavel pediram, durante Audiência Pública da CPI DO PEDÁGIO, que as obras prometidas durante a implantação do pedágio no Paraná sejam realizadas. De acordo com o presidente da Associação dos Moradores do Jardim Maria Luiza e integrante do Movimento Fora Pedágio, Gilmar Trento, a duplicação da BR-277 é a maior necessidade. "Precisamos de representantes do povo e vocês são os nossos representantes. Pela primeira vez uma CPI deste porte vem aqui no interior para nos ouvir e não podemos deixar de valorizar isto. Hoje a BR-277 virou corredor de sangue e isto está errado, tem que acabar. Ela precisa ser uma estrada, uma rodovia, de integração agrícola, mas não uma rodovia da morte", destacou ele.
Já o advogado aposentado Yves Consentino Cordeiro disse que se sente lesado cada vez que tem que pagar a tarifa nas praças de pedágio. "Eu não aguento mais pagar a roubalheira do pedágio. Temos que acabar com isto. A população precisa se envolver mais e exigir mudanças sociais como a redução do pedágio e a duplicação da BR-277", comentou Cordeiro, que estava representando na CPI a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Comissão da Verdade.
O presidente da Associação de Caminhoneiros Autônomos de Cascavel e Região Oeste e Sudoeste (Associavel), Jeová Pereira, comparou o pedágio à uma ferida para o trabalhador paranaense. "O pedágio é uma ferida e ela tem cura. Basta que a gente queira mexer nesta ferida", apontou ele. Pereira representa cerca de 8 mil caminhoneiros em Cascavel. "Pagamos muitos impostos para a melhoria das rodovias e ainda pagamos um pedágio alto. O caminhoneiro paga uma conta absurda e ainda tem que ficar até 90 dias longe de casa para trabalhar, transporta cerca de 76% da produção agrícola do Estado e não tem visto retorno na melhoria das condições para que sua atividade prospere".
Participaram da audiência os deputados Nelson Luersen, Cleiton Kielse, Péricles de Mello, Nereu Moura, Douglas Fabrício, Adelino Ribeiro, Leonaldo Paranhos, Elton Welter e José Lemos. Os vereadores de Cascavel que participaram da audiência foram: Marcio Pacheco, Gugu Bueno, Walmir Servignini, Rui Capelão, Romulo Quintino, João Paulo, Jaime Vasatta, Nei Harevoth e Jorge Menegatti.
POR JEFFERSON LOBO, COM ASSESSORIA DA CPI
LEGENDA:
Deputados consideraram a audiência de Cascavel a mais produtiva, dentre as já realizadas
FOTO:
Flávio Ulsenheimer | Assessoria Câmara