O vereador Paulo Porto (PCdoB) retomou suas atividades na Câmara Municipal de Cascavel, nesta terça-feira (24), após participar de uma missão oficial na Palestina. Ele fez um relato de sua viagem destacando os principais objetivos: o de prestar solidariedade ao povo palestino que busca o reconhecimento do seu território e das tratativas de cooperação de Cascavel e Foz do Iguaçu com as cidades palestinas de Beitunia e Jericó.
O vereador de Foz do Iguaçu, Nilton Bobato (PCdoB), e o presidente da Sociedade Árabe Palestina em Foz do Iguaçu, Jihad Abu Ali, também fizeram parte da comitiva brasileira.
"Foram sete dias de intensa convivência com o povo palestino, um povo que tem uma admiração pelo Brasil, especialmente pelo reconhecimento na ONU [Organização das Nações Unidas] do Estado Palestino. Fomos muito bem recebidos em todas as cidades que passamos, especialmente em Jericó que se consolidou como cidade irmã de Foz do Iguaçu e em Beitunia, na qual recebemos a chave da cidade e assinamos um protocolo de intenções para se tornar cidade irmã de Cascavel. Agendaremos uma reunião com o prefeito Edgar Bueno com o objetivo de consolidar esse projeto, para o qual esperamos o apoio dos vereadores na Câmara", adiantou Porto.
COOPERAÇÃO
O vereador de Cascavel lembrou que Beitunia é a maior colônia brasileira em território palestino. "Essa cooperação entre Cascavel e Beitunia foi referendada pelo embaixador do Brasil na Palestina [Paulo França], que tem pedindo para federações dos municípios viabilizarem parcerias com as cidades palestinas com moradores brasileiros visando o turismo e projetos estratégicos. Inclusive encontrei em Beitunia uma ex-moradora do bairro Consolata", comentou Porto, adiantando a possibilidade do prefeito da cidade palestina, Ribhi Dola, fazer uma visita oficial à Cascavel em março de 2016.
Entre os fatos mais marcantes da viagem, Porto destacou as passagens pelos chamados "checkpoints", postos de controle fronteiriços da ocupação israelense em pontos vitais de estradas palestinas. "Uma de nossas viagens, de um trajeto como se fosse de Cascavel a Toledo, algo que duraria em média 40 minutos acabou durante três horas e meia em virtude dos checkpoints na madrugada. Chegando em Ramalah, o prefeito nos falou o seguinte: "eu posso falar dez horas sobre as atrocidades e humilhações proporcionadas pela ocupação israelense, mas nada disso será tão convincente do que um minuto num checkpoint israelense"", destacou.
CHECKPOINTS
Além dos checkpoints, dos quais algumas ONGs internacionais estimam que existam mais de 250 espalhados por todo o território palestino, outro fato que expressa a atual fase do conflito no Oriente Médio são os números apresentados por Porto durante a estadia da missão brasileira.
"Somente durante nossa estadia, nesses sete dias, foram 15 palestinos mortos e dois israelenses. Por tudo isso, além das tratativas de cooperação com cidades do Paraná, fica nossa solidariedade a esse povo que segue resistindo e lutando por sua autonomia e independência, pelo pleno reconhecimento de seu Estado", concluiu Porto.
(Julio Carignano – da assessoria do vereador Paulo Porto)