Foi concluída nesta quarta-feira (16) nas aldeias Itamarã e Añetete, em Diamante do Oeste, a programação da 8ª Semana Cultural Indígena, alusiva as festividades do Dia do Índio, em 19 de abril. Atendendo convite da comunidade Guarani, o vereador Paulo Porto (PCdoB) esteve no dia de encerramento que contou com apresentações, danças, corais, exposição de artesanato e fotografias, algumas de autoria do próprio Porto, que também é fotógrafo.
Durante os últimos três, as duas comunidades guarani receberam a visita de alunos de escolas da rede pública e particular de municípios da região Oeste, que tiveram a oportunidade de conhecer a história e a cultura dos povos originários, alguns de seus hábitos e crenças. O trabalho para a semana é planejado anualmente e envolve indígenas e as equipes de professores e funcionários das escolas indígenas Araju Porã e Kuaa Mbo’e. Na semana passada também foi realizada a 13ª Semana Cultural Indígena na aldeia Ocoy, em São Miguel do Oeste.
Indigenista e historiador, Porto argumenta que esse contato dos não-indígenas com as comunidades tradicionais é essencial para o processo de entendimento e para vencer o obstáculo do preconceito. "A desinformação é um dos potencializadores do preconceito. Existem povos indígenas com diferentes culturas, línguas, costumes e crenças. São mais de 300 povos de etnias diferentes em todo o Brasil, mais de 180 línguas vivas e de 4 a 5 povos que não tiveram contato algum com os brancos", comenta.
O vereador, que atua junto à comunidades indígenas desde 1990, explica que paralelo a lembrança do Dia do Índio é necessário debater a questão das terras tradicionais. "A questão territorial é central para os Guarani, eles tem uma frase que explica isso "sem tekoha não há teko". Teko significa aldeia etekoha lugar. É uma composição linguística. Ou seja, sem aldeia não há cultura. Sem terra não há povos indígenas", diz Porto.
No Paraná existem três etnias indígenas: os Kaiguangue com aproximadamente 13 mil indivíduos, os Guarani com cerca de 2,5 mil e os Xetá, esse último em vias de extinção com cerca de 12 a 15 indígenas.
Julio Carignano/ Assessoria de imprensa/ Paulo Porto