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Presidente da Asservel deixa dúvidas e gera clima para uma CPI

O presidente da Asservel (Associação dos Servidores Públicos de Cascavel), Paulo Pereira da Silva, compareceu à sessão ordinária da Câmara de Vereadores para expor aos parlamentares a situação da entidade. Ele foi convocado a partir de requerimento dos vereadores, Rui Capelão (PPS) e Vanderlei do Conselho (PSC).

Envolta em dívidas, a Asservel virou alvo de denúncias de falta de pagamento aos comerciantes conveniados, mesmo tendo recolhido os valores dos associados. A frente da Asservel desde 2006, Paulo iniciou sua explanação falando das dificuldades enfrentadas nos últimos anos. Segundo ele, a Asservel já chegou a movimentar R$ 1 milhão mas, atualmente, a receita fica na média de R$ 120 mil por mês. Desse valor, de R$ 31 mil são para folha de pagamento.

A derrocada, segundo ele, tem como um dos pontos de origem um limite no banco de R$ 300 mil que era usado constantemente mas que geravam juros de R$ 14 mil. “Uma das primeiras coisas que fizemos foi parar de usar o limite porque os juros eram muito altos. Ainda assim, conseguíamos administrar a Asservel”, disse Paulo. O segundo motivo apontado por Paulo para justificar a crise na entidade foi a adesão feita pela Prefeitura de Cascavel para um sistema de uso de crédito consignado ao servidor chamado de Consignet, de Maringá. Paulo acusa que isso prejudicou 80% dos convênios da Asservel porque a Consignet cobrava uma taxa de operação muito alta.

Depois disso, de acordo com a explanação, houve uma nova mudança no sistema sem aviso prévio e um posterior retorno ao Consignet. “Ficamos perdidos, sem ter o controle do que estava acontecendo”. Paulo foi questionado por vários vereadores: Jaime Vasatta (PTN), Vanderlei Augusto da Silva (PSC), Rafael Brugnerotto (PSB), Jorge Bocasanta (PT), Luiz Frare (PDT), Cláudio Gaiteiro (PSL) e Fernando Winter (PTN). A maioria deles indagou sobre qual o valor total da dívida da Asservel.

Mais de uma vez, Paulo disse que não ter como responder essa pergunta e que precisava de mais tempo para se preparar e repassar essa informação. Isso gerou indignação em alguns vereadores, que rebateram diretamente o presidente da Associação. Um deles foi o vereador Cláudio Gaiteiro (PSL). Ele criticou a falta de documentos e afirmou que administrar uma entidade do porte da Asservel exige apresentação de dados concretos. “Ao adentrar, eu percebo que você não trazia nada informações oficiais na mão. Imaginei que tinha deixado na bancada, ou apareceria no telão. Mas realmente não trouxe informação nenhuma. Eu imagino que estar para em uma entidade desse tamanho, não pode estar na base do ‘achômetro’.”

O vereador também indagou sobre as dívidas com impostos e disse que apurou que somente o valor devido em tributos municipais é de R$ 209 mil. Paulo afirmou que a Asservel tem um passivo trabalhista de uma ação judicial, dívidas com supermercados, farmácias, postos de combustíveis, plano de saúde e gás. Durante a sessão ele não precisou o valor da dívida mas em coletiva à imprensa no hall da Câmara, Paulo afirmou que ela passa dos R$ 600 mil.

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO

Ao final da explanação do presidente da Asservel, o presidente da Câmara, Marcio Pacheco (PPL) sugeriu que criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) visto que ficaram muitas dúvidas em relação à situação e às dívidas da associação. Pacheco se colocou à disposição para assinar um pedido de abertura de CPI. A Câmara tem legitimidade para, possivelmente, apurar a situação financeira da entidade visto que ela recebeu terreno do Município em 1982 para construir sua sede e também, no mesmo ano, foi declarada entidade de utilidade pública. As duas concessões ocorreram na gestão do ex-prefeito, Jacy Scanagatta.

Assessoria de Imprensa/CMC