Na próxima terça-feira (22), a Câmara tem a honra de outorgar pela primeira vez na história de Cascavel o título de Professor Emérito ao professor Paulo David da Costa Marques. Proposto através do Projeto de Decreto Legislativo 03/2016, a homenagem foi protocolada pelo vereador Vanderlei do Conselho (PSC).
O título reconhece as notórias virtudes pessoais, intelectuais, éticas e profissionais de Paulo Marques, como professor, cidadão e político de marcante comportamento ético na vida pública.
Marques tem uma trajetória política pontuada de inúmeros episódios que merecem ser relembrados. Vereador de Cascavel por dois mandatos, deputado federal três vezes e professor até a aposentadoria compulsória, Paulo Marques foi ainda um dos fundadores do Colégio Wilson Joffre, da Unioeste, da Apae e o primeiro professor de língua estrangeira de Cascavel.
O vereador Vanderlei do Conselho explica que “a homenagem é apenas uma forma de expressar nossa profunda admiração pela incansável dedicação e trabalho realizado como notável professor que sempre buscou, por meio das suas ações, a elevação da qualidade de vida e o bem estar da coletividade”. O vereador explica que a vida marcada pelo magistério e pela política tem sido o destino do catarinense de Florianópolis Paulo David da Costa Marques, nascido em 25 de março de 1933, filho de Isidoro Marques e Guiomar da Costa Marques.
Em 1960, quando trabalhava na Embaixada dos EUA, no Rio de Janeiro, decidiu vir para Cascavel, associar-se com o cunhado Jove Domelski e Pedro Mikosz nos trabalhos de uma serraria e laminadora no bairro Neva.
Professor, formado em Letras e Português pela Faculdade Estadual de Ponta Grossa e Universidade Estadual de Michigan (EUA) com especialização na área de Inglês, começou a lecionar em Cascavel na Escola Normal Carola Moreira, hoje Escola Eleodoro Ébano Pereira.
Foi professor fundador do Colégio Estadual Wilson Joffre e da Fecivel, hoje Unioeste. Dirigiu um jornal do colégio Wilson Joffre, e concorreu à vereança no pleito de 1964 pelo PTB, obtendo 175 votos. Um de seus projetos nesse período determinou a construção e denominação da Praça Wilson Joffre.
Com o golpe militar, aderiu à extinta Arena, pela qual se dispôs a concorrer à Prefeitura. Acabou desistindo, em plena campanha, porque o prefeito Odilon Reinhardt, que inicialmente se comprometera em apoiá-lo, acabou apoiando Octacílio Mion. Foi um golpe, mas Paulo Marques acabaria se recuperando com facilidade: ingressou no MDB e nas eleições de 1972 voltou à Câmara com a consagradora preferência de 2.003 eleitores.
Desta vez não chegou a legislar: foi chamado pelo prefeito eleito, Pedro Muffato, para ser o primeiro secretário municipal da Educação, Cultura e Esporte. Na função, criou 44 escolas e equipou as escolas já existentes.
Na época, os setores de cultura e esportes estavam vinculados à pasta e Paulo Marques criou departamentos específicos para cada um. Foi ainda o idealizador da Corrida de São Silvestre, além de impulsionar as primeiras exibições em Cascavel do Teatro Guaíra e apresentações de grupos folclóricos ucraniano, japonês, alemão e português.
No campo da educação especial, apoiou a criação da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae), promovendo por intermédio da Secretaria atividades destinadas à arrecadação de recursos para a instituição e formação de profissionais.
Em 1974, indicado pelo MDB para concorrer à Câmara Federal, Marques deixou a Secretaria da Educação e assumiu a cadeira no Legislativo Municipal. Concorreu a contragosto, pois pretendia se candidatar a deputado estadual. Foi melhor: ganhou a Câmara dos Deputados com uma votação superior a 50 mil votos.
Reelegeu-se em 1978, com 43 mil votos, e já pelo PMDB em 1982, fez 49 mil votos. A partir de 1986 chefiou o escritório do Paraná em Brasília; foi diretor-administrativo do Instituto de Previdência do Estado (IPE); presidiu a Comissão de Licitação da Secretaria de Estado da Saúde; foi diretor da Imprensa Oficial do Estado e funcionário da Casa Civil do governo paranaense.
Assessoria de Imprensa/CMC