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Professores iniciam campanha de implantação da hora atividade

Em virtude de mais um descumprimento do Governo do Paraná à Lei do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) e ao Plano de Carreira do Professor, que entre outros itens estipula um terço da jornada dos docentes para as atividades extraclasses, a categoria docente irá implantar a revelia a carga horária conhecida como “hora atividade” logo nos primeiros dias de aula.

A campanha “Hora Atividade pra valer” foi aprovada em assembleia dos professores da rede estadual. Diante da inércia do governo, a categoria vai efetivar o direito previsto em lei. A ação foi uma resposta imediata à publicação da resolução de distribuição de aulas, na qual o governo descumpre novamente a implantação dos 33% de hora atividade.

Em pronunciamento nesta segunda-feira (10) na Câmara de Cascavel, o vereador Paulino Pereira da Luz (PT) explicou os motivos do movimento. “Um terço da carga horária dos professores deve ser destinada a atividades extraclasses, como correção de provas, estudos, formação, etc, isso representa um grande ganho a educação, mas novamente é iniciado um ano letivo onde a categoria não é contemplada”, destacou.

Professor da rede estadual, Paulino ressalta que a hora atividade representou um avanço a categoria. “Os professores não queriam chegar até essa atitude, de dispensar os alunos da sala de aula, mas infelizmente o governo não cumpre o que está na legislação, prejudicando a todos. É mais uma ilegalidade deste governo, que só funciona na base da pressão”.

O vereador explicou que na última aula de um dia em cada semana, os estudantes serão dispensados para que os professores façam uma aula de hora-atividade, a fim de alcançar os 33%. O primeiro dia de campanha ocorrerá nesta terça-feira, dia 11. Em seguida nos dias, 19 e 27 de fevereiro e 07 de março. A campanha pela hora-atividade também inclui a implementação do direito para os professores que atuam na educação especial.

Retaliação

A Seed (Secretaria de Estado da Educação) enviou às escolas um comunicado (001/2014) assinado pelo secretário Flávio Arns para ser reproduzido e distribuído a pais e a alunos, em que condena, difama e ameaça com retaliações os professores que aderirem ao ‘Hora-Atividade pra Valer’, a iniciativa da categoria.

O comunicado tenta estigmatizar e judicializar a iniciativa dos trabalhadores em cumprir a lei, a nota caracteriza a Hora-Atividade pra Valer, democraticamente discutida e tomada em assembleia, como uma “campanha do sindicato”, como se fosse movimento localizado e extremista.

Segundo a APP-Sindicato, o ofício também busca instaurar o conflito e indispor estudantes, pais e demais membros da comunidade escolar com os professores, ao dizer que a iniciativa causa “prejuízos aos nossos estudantes”, mas se eximindo de qualquer responsabilidade.
Julio Carignano/Assessoria de Imprensa
Foto: Flavio Ulsenheimer/Assessoria Câmara Cascavel