Edivio Battistelli, engenheiro agrônomo e representante da FUNAI, esteve na Câmara nesta terça-feira (13) discutindo com vereadores a questão social do indígena na região Oeste do Paraná.
Battistelli começou sua fala afirmando que “não existem sociedades estáticas, e portanto, a dinâmica do amanhã só a Deus pertence”. O posicionamento do representante é de que a questão necessariamente remonta à história brasileira e ao uso de todos os recursos naturais do país, fatores que afetaram diretamente as sociedades indígenas. São 500 anos de dominação e exploração dos primeiros habitantes do país, que segundo pesquisa citada por Battistelli, estão neste território há mais de dois mil anos.
O vereador João Paulo (PSD), autor do Requerimento que convocou a FUNAI para prestar esclarecimentos, questionou a presença dos índios em Cascavel em situação de fragilidade, muitas vezes na mendicância ou na prostituição. Gugu Bueno e Paulo Bebber apresentaram o ponto de vista do Sindicato Rural e da ACIC (Associação Comercial de Cascavel), ambas contra a instalação de uma casa de passagem na zona sul.
O vereador Paulo Porto, professor e indigenista, trouxe à tona duas questões: o sentimento anti-indígena que aflora na região e o temor dos pequenos proprietários de Cascavel e municípios vizinhos de que possam perder suas terras em demarcações de território. Battistelli defende a corresponsabilidade entre poder público e aldeias na questão da casa de passagem e reforça que é preciso garantir o direito às propriedades dos pequenos agricultores, que agiram de boa fé ao adquirir e gerir suas terras.
O debate durou mais de uma hora e incluiu os questionamentos de lideranças de bairro, que são contrários à casa de passagem e a participação da Assistência Social do município.
Regina Krauss/ Assessoria de Imprensa/ CMC
Legenda: Edivio Battistelli, representante da FUNAI
Foto: Flávio Ulsenheimer/ Assessoria da Câmara Municipal