A superlotação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAS), a demora por atendimento, a falta de leitos hospitalares, a regulação de leitos, a terceirização dos serviços e o valor repassado pela tabela SUS aos médicos e hospitais. Estes foram os temas principais da audiência pública realizada nesta quarta-feira (24), no plenário.
O debate foi promovido pela Comissão de Saúde e Assistência Social da Câmara, integrada pelos vereadores Parra (PMDB), Policial Madril (PMB) e Jorge Bocasanta (PROS).
Dentre os principais encaminhamentos dados pela audiência estão a apresentação em 60 dias de um plano para implantar Unidades de Saúde da Família – sob responsabilidade do município; estudos de terceirização de pelo menos uma UPA, comprometimento do Estado para agilizar o repasse de R$ 2,75 milhões para construção de cinco novas UBSs, liberação de recursos através de emendas parlamentares para a saúde, moção de cobrança ao governo federal e deputados pedindo atualização da tabela SUS, consulta ao Tribunal de Contas para analisar a possibilidade de contratação direta de hospitais e criação de campanhas de conscientização pela segurança no trânsito e contra o consumo de álcool.
Na audiência, estiveram presentes Miroslau Bailak, diretor da 10º Regional de Saúde; Rubens Griep, Secretário Municipal de Saúde; Adriane Carvalho, secretária de Saúde de Pinhais/PR; Leonir dos Santos, diretor do Cisop; Rodrigo Nicácio, diretor Técnico do Consamu; Allan Cesar Araújo, diretor clínico Hospital Universitário; Antonio Vieira Martins, Presidente do Conselho Municipal de Saúde e Talita Mara Santos Silva, representante dos servidores da saúde.
A secretária Adriane Carvalho apresentou o modelo implantado em Pinhais, com parcerias com OSS (Organização Social) para administrar as emergências. “Quem determina os serviços necessários é a prefeitura, com metas quantitativas e qualitativas, com fiscalização e gestão integrada”, explicou. A modalidade, segunda ela, não implica na folha de pagamento e permite maior flexibilidade na organização do trabalho e reposição de servidores automática.
Cascavel, de acordo com Rubens Griep, “investe hoje aproximadamente 29% do orçamento com saúde, gastando cerca de R$ 600 por habitante ano”. Para ele, é preciso mais foco na atenção primária, evitando que as pessoas cheguem aos centros de atendimento de urgência e emergência. No entanto, para atender pelo menos 80% da população com o programa Saúde da Família, seria preciso contratar pelo menos mil profissionais.
Rodrigo Nicácio, do Consamu, identifica outro sério problema da saúde: grande parte dos pacientes nas UTIs são oriundos de acidentes de trânsito e acabam sendo encaminhadas pelo sistema Vaga 0, que não dá condições de atendimento apropriadas aos pacientes. Para o vereador Bocasanta, há também o problema dos valores repassados pela tabela SUS aos médicos e hospitais.
Durante o debate, duas mulheres que acompanhavam o debate pediram a palavra para pedir ajuda aos gestores. Os dois casos aguardam internamento, um para cirurgia e outro para leito hospitalar. Na plateia, a população citou os casos de pessoas que morreram sem atendimento apropriado ou desistiram de esperar por cirurgias ou consultas com especialistas. O diretor da 10ª Regional de Saúde, Miroslau Bailak, se comprometeu a verificar a situação dos pacientes citados e salientou o esforço feito pelo governo estadual para investir no atendimento de saúde na região.
Assessoria de Imprensa/CMC