Em 2020, 4.038 mulheres receberam atendimento na saúde básica do município após sofrer violência doméstica, sexual ou outros tipos de violência. O número é pelo menos oito vezes maior do que aqueles registrados em 2016, quando foram notificados 490 casos de violência contra a mulher nas unidades de saúde. São registrados casos em todas as idades, desde menores de um ano até 80 ou mais, sendo a faixa etária de 20 a 30 anos a mais violada, como indicam os registros.
Os dados estão na resposta do requerimento obtida pela vereadora Beth Leal (Republicanos) enviados pela Secretaria Municipal da Saúde nesta semana. A preocupação da vereadora era entender qual era o procedimento adotado nestes casos, quais as estatísticas deste tipo de violação no município e o que está sendo feito para prevenir estas situações de violência. “É importante lembrar que as unidades básicas de saúde são, em muitos casos, o primeiro lugar a receber as mulheres que precisam de atendimento médico após sofrer agressões, mesmo que elas ainda não se identifiquem como vítimas”, destaca Beth Leal.
Nos casos de violência sexual contra a mulher, a secretaria explica que é seguido um protocolo de atendimento para as primeiras horas após a mulher sofrer estupro ou abuso sexual. Nos casos em que a mulher relate ter sofrido violência sexual é necessário seguir as seguintes etapas do atendimento: acolhimento, registro da história, orientação quanto a providências legais, encaminhamento ao Hospital Universitário para exames clínicos e ginecológicos, contracepção de emergência, profilaxias para HIV, IST e Hepatite B. O HUOP comunicará a delegacia de referência para coleta de vestígios e também o Cedip. Nos casos de violência contra crianças e adolescentes, o Conselho Tutelar deve ser notificado imediatamente e no caso de idosos também é obrigatória a notificação dos órgãos competentes.
Como destaca a secretaria, é difícil falar em resolutividade dos casos, pois “quando se trata em violações de direitos, principalmente a violência, seja ela física, mental, sexual e outras, o atendimento em saúde é apenas um elo de toda a corrente que necessita ser acionado para a resolver o caso”.
Após serem questionados pela vereadora, a prefeitura informou que os profissionais que atuam nos serviços de saúde estão devidamente sensibilizados e capacitados para acolher, identificar, atender, diagnosticar, orientar e dar os devidos encaminhamentos quando detectadas as mulheres em situação de violência física, psicológica, moral, patrimonial e sexual e que recebem capacitação. No entanto, não existe nenhuma campanha específica para conscientizar sobre este assunto nas unidades de saúde.
“Temos recebido de forma recorrente demandas relacionadas à violência contra a mulher, muitas relacionadas ao atendimento na saúde, quais as unidades preparadas para atender estas mulheres de forma adequada e humanizada”, explica Beth Leal. Com estes dados e mais as respostas que aguarda da Secretaria Municipal de Assistência Social, a vereadora espera poder propor políticas públicas mais efetivas para as mulheres cascavelenses que precisam de todo apoio e segurança nestas situações de violência.
Assessoria de Imprensa/CMC