Os vereadores aprovaram em plenário na sessão desta terça-feira (10) duas Moções que expressam apoio à greve dos professores da rede estadual de ensino e repúdio às mensagens legislativas 01/2015 e 02/2015 apresentadas pelo governador Beto Richa, bem como ao pacote de medidas aprovado na Assembleia Legislativa em dezembro de 2014.
Enquanto acontecem as votações das proposições em Curitiba e diversas classes de servidores estaduais declaram greve, os vereadores de Cascavel pediram que os deputados estaduais que representam a região se posicionem a favor dos trabalhadores e votem contra as medidas.
O vereador do PT, Jorge Bocasanta (PT) se mostrou indignado com a possibilidade de que o governador “passe a mão na previdência e deixe os servidores sem aposentadoria”. Paulo Porto, do PCdoB, foi enfático ao declarar que a atual gestão pode “negociar” com os servidores e professores deixando apenas migalhas do que seria a demanda original das categorias.
Para o Rui Capelão (PPS), o corte de investimento na educação pode atingir até a educação municipal. “O governo federal também cortou recursos e estes cortes podem acabar respingando em todas as esferas da educação, inclusive nas nossas CMEIs”.
A Moção 01/2015, de repúdio, foi aprovada com 18 votos favoráveis e dois votos contrários, de Luiz Frare (PDT) e Pedro Martendal (PSDB). A Moção 02/2015, que expressa apoio aos professores, foi aprovada por unanimidade.
As Moções foram assinadas pelos vereadores Romulo Quintino, Paulo Porto, Jaime Vasatta, Pedro Martendal, Paulino Pereira da Luz, Nei Haveroth
Fernando Winter, Celso Dal Molin, Walmir Severgnini, Robertinho Magalhães, Jorge Bocasanta, Ganso sem Limite e Marcos Rios.
Pronunciamento
Antes do início das votações da sessão, o professor Amâncio Luiz Saldanha dos Anjos usou a tribuna para defender a classe.
O integrante da APP/ Sindicato elencou os motivos que levaram os professores e servidores à greve e explicou que a paralisação não é apenas por melhores salários. “A atual gestão fez mau uso do dinheiro público e provocou um caos sem precedente em nossas escolas estaduais”, afirmou Amâncio.
O sindicalista lembrou que as medidas afetam toda a população, com aumento no IPVA, aumento do preço de uma lista de produtos básicos que são impactados pelo ICMS, demora no repasse do chamado fundo rotativo – utilizado pelas escolas para comprar materiais de higiene, limpeza e manutenção –, professores aguardando convocação, não pagamento de direitos trabalhistas de servidores contratados no sistema PSS (Processo Seletivo Simplificado) e do 1/30 de férias de todos os servidores.
O professor terminou seu pronunciamento com um pedido aos vereadores, “contamos com a pressão, força e intercessão da Câmara de Cascavel junto aos deputados de todos os partidos aqui representados para que ajudem a impedir este pacotaço contra os paranaenses”, finalizou.
Assessoria de Imprensa/CMC