Será discutido e votado em plenário na próxima segunda-feira (30), o Projeto de Decreto Legislativo 03/2016, que outorga o título de Professor Emérito a Paulo David da Costa Marques, em reconhecimento por suas notórias virtudes pessoais, intelectuais, éticas e profissionais, como professor, cidadão e político de marcante comportamento ético na vida pública.
Proposto pelo vereador Vanderlei da Silva (PSC), a homenagem reconhece os personagens que marcaram a história da educação no município e contribuíram para o progresso econômico e social de Cascavel.
Vanderlei explica que “Paulo é mais que merecedor dessa simples, mas justa homenagem. É uma forma de expressar nossa profunda admiração pela incansável dedicação e trabalho realizado como notável professor que sempre buscou, por meio das suas ações, a elevação da qualidade de vida e o bem estar da coletividade”.
O vereador explica que a vida marcada pelo magistério e pela política tem sido o destino do catarinense de Florianópolis Paulo David da Costa Marques, nascido em 25 de março de 1933, filho de Isidoro Marques e Guiomar da Costa Marques.
Em 1960, quando trabalhava na Embaixada dos EUA, no Rio de Janeiro, decidiu vir para Cascavel, associar-se com o cunhado Jove Domelski e Pedro Mikosz nos trabalhos de uma serraria e laminadora no bairro Neva.
Professor, formado em Letras e Português pela Faculdade Estadual de Ponta Grossa e Universidade Estadual de Michigan (EUA) com especialização na área de Inglês, começou a lecionar em Cascavel na Escola Normal Carola Moreira, hoje Escola Eleodoro Ébano Pereira.
Foi professor fundador do Colégio Estadual Wilson Joffre e da Fecivel, hoje Unioeste. Dirigiu um jornal do colégio Wilson Joffre, e concorreu à vereança no pleito de 1964 pelo PTB, obtendo 175 votos. Um de seus projetos nesse período determinou a construção e denominação da Praça Wilson Joffre.
Com o golpe militar, aderiu à extinta Arena, pela qual se dispôs a concorrer à Prefeitura. Acabou desistindo, em plena campanha, porque o prefeito Odilon Reinhardt, que inicialmente se comprometera em apoiá-lo, acabou apoiando Octacílio Mion. Foi um golpe, mas Paulo Marques acabaria se recuperando com facilidade: ingressou no MDB e nas eleições de 1972 voltou à Câmara com a consagradora preferência de 2.003 eleitores.
Desta vez não chegou a legislar: foi chamado pelo prefeito eleito, Pedro Muffato, para a Secretaria Municipal da Educação e Cultura. Nessas novas funções, criou 44 escolas e equipou as então existentes, sendo oficialmente o primeiro Secretario Municipal de Educação de Cascavel.
Na época os setores de cultura e esportes também estavam vinculados à pasta, nela Paulo Marques criou departamentos específicos para cada um e, assim, foi o criador da Corrida de São Silvestre, além de puxar as primeiras exibições em Cascavel do Teatro Guaíra e apresentações de grupos folclóricos ucraniano, japonês, alemão e português.
No campo da educação especial, apoiou a criação da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae), promovendo por intermédio da Secretaria atividades destinadas à arrecadação de recursos para a instituição.
Em 1974, indicado pelo MDB para concorrer à Câmara Federal, Marques deixou a Secretaria da Educação e assumiu a cadeira no Legislativo municipal. Concorreu a contragosto, pois pretendia de candidatar a deputado estadual. Foi melhor: ganhou a Câmara dos Deputados com uma votação superior a 50 mil votos.
Reelegeu-se em 1978, com 43 mil votos, e, já pelo PMDB, em 1982, com 49 mil votos. Em 1986 foi prejudicado pelas lideranças locais do PMDB e não obteve sucesso eleitoral. Nem por isso Paulo Marques saiu de cena: chefiou o escritório do Paraná em Brasília; foi diretor-administrativo do Instituto de Previdência do Estado (IPE); presidiu a Comissão de Licitação da Secretaria de Estado da Saúde; foi diretor da Imprensa Oficial do Estado e funcionário da Casa Civil do governo paranaense.
Assessoria de Imprensa/CMC