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Cedip alerta para aumento de casos de Aids entre homens e jovens

Na última década, o número de casos de Aids identificados entre a população de jovens com idade entre 15 e 24 anos e de homens de todas as faixas etárias passou a chamar a atenção de especialistas e de gestores da saúde pública. Hoje, 38,4% dos casos registrados com HIV/Aids são mulheres e 61,5% são homens. Das novas infecções registradas em 2016, 35% são de jovens de 15 a 24 anos, o grupo mais vulnerável de todos.

Estes dados apontam que a conscientização deve ser um trabalho contínuo e que o acesso a exames e tratamento são fundamentais. A mensagem foi reforçada na última terça-feira (28), pela coordenadora do Cedip, Josana Dranka, que detalhou aos vereadores e imprensa as estatísticas relacionadas ao HIV/Aids no município e falou sobre preconceito, diagnóstico e prevenção.

O convite para a profissional foi feito pelo vereador Serginho Ribeiro (PPL), que salientou “a necessidade de trazer luz à questão, que há mais de quatro década existe em nosso país e mata milhares de pessoas a cada ano”. Serginho afirmou que a conscientização precisa continuar e chegar a todos os espaços da comunidade.

Em Cascavel, o Cedip (Centro Especializado em Doenças Infecciosas e Parasitárias), presta assistência às pessoas que tem o diagnóstico de HIV, hepatite, doenças sexualmente transmissíveis e infectologia geral e também realiza trabalhos de prevenção, com palestras e testes. Atualmente o Cedip atende 2812 pacientes diagnosticados com HIV/Aids. Em 2016, foram 229 novos casos registrados e em 2017 são 179 até o momento. O número vem crescendo progressivamente desde 2009, quando 99 novos pacientes foram diagnosticados.

Hoje na cidade, 71,6% das contaminações foram resultado de exposição a relações heterossexuais, 19,3% homossexuais, 5,8% bissexuais, 0,5% por transmissão vertical (da mãe para o bebê) e 2,6% não informado. A faixa etária mais afetada é a de 20 a 34 anos, com 45,2%, seguida da faixa dos 35 a 49 anos, que representa 33,3% do total.

A difícil situação das mulheres
Quando se trata de mulheres, as estatísticas mostram que 76% das mulheres infectadas são mães, 71% foram contaminadas por maridos ou companheiros fixos, 59% só descobriram que estavam com o vírus após o marido adoecer, 51% tem apenas o primeiro grau completo e 40% trabalham. “O estigma e a discriminação social são os principais obstáculos para a prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidado em relação ao HIV”, alerta Josana.

Na contramão
No Brasil, o número absoluto de novos casos de Aids no Brasil aumentou, em tendência contrária ao que se registra na média mundial. Dados divulgados pela UNAids, órgão das Nações Unidas para lidar com a epidemia, apontam que o total de novas infecções a cada ano no Brasil aumentou em 3% entre 2010 e o ano passado. No mundo, essa taxa sofreu contração de 11%.

O HIV, classificado como ameaça para a saúde pública pela ONU, afeta um total de 36,7 milhões de pessoas em todo o planeta, e desde a sua descoberta, em 1981, provocou 36 milhões de mortes.

Prevenção
A principal medida hoje contra a transmissão de HIV no Brasil, considerando que a transmissão em larga escala é sexual, é o uso de preservativo. Outro fator importante para a queda no número de transmissões é a oferta de testes para que as pessoas contaminadas pelo HIV saibam da sua condição e possam iniciar o tratamento. Além disso, as mães infectadas pelo vírus (HIV-positivas) devem usar antirretrovirais durante a gestação para prevenir a transmissão vertical e evitar amamentar seus filhos.

Serviço:
O Cedip atender normalmente em novo endereço, agora no antigo CAE, localizado na Rua Engenheiro Rebouças, 2.940. Os telefones para contato são 3902-1241 e 3902-1247. Às segundas, terças e quartas-feiras das 8h15min acontecem palestras e testagens e às quintas-feiras, os testes rápidos.

Assessoria de Imprensa/CMC