A CPI das Horas-Máquina, formada pelos vereadores Robertinho Magalhães (PSD), Luiz Frare (PDT) e Paulo Porto (PCdoB), ouviu nesta quarta-feira (09) sete testemunhas que esclareceram detalhes acerca do cumprimento das horas de maquinário despendidas na revitalização de estradas rurais e também sobre o contrato firmado entre prefeitura e a empresa F.J. Cecchetto.
O principal depoimento do dia foi o de Fábio Júnior Cecchetto, proprietário da empresa vencedora das licitações com contratos que ultrapassam o valor de 6,5 milhões. Segundo ele, ao contrário do informado nas denúncias, sua empresa não é uma ME (microempresa) e sim uma EPP (Empresas de Pequeno Porte), com faturamento anual de até R$3,6 milhões. Ele informou ainda que a empresa possui oito máquinas próprias, mas que fez terceirização de maquinário e caminhões de acordo com a necessidade das obras solicitadas pela prefeitura. No entanto, o empresário se recusou a informar durante a oitiva o nome das empresas terceirizadas com as quais firmou contrato.
De acordo com o vereador Paulo Porto, “a CPI encaminhará solicitação oficial para que Cecchetto encaminhe a documentação relativa às terceirizações em até três dias”. O vereador afirmou ainda que os vereadores irão ao Gaeco confrontar os relatórios enviados à comissão com aqueles apreendidos na operação realizada na prefeitura em outubro.
Foram interrogados ainda a funcionária da Itaipu Binacional e fiscal do convênio promovido entre o órgão federal e a prefeitura, Rosana Paitch; o presidente do Sindicato Rural de Cascavel e proprietário rural, Paulo Roberto Orso; os agricultores Ademir Bazotti, Adir Webber e Giovanni Luiz Becker e ainda a funcionária da Secretaria Municipal de Agricultura, Tabta da Cunha. Os produtores rurais informaram que os serviços foram efetivados conforme previsto nas estradas que passam por suas propriedades nos distritos de Sede Alvorada e São João do Oeste. No caso da Itaipu, o repasse financeiro só ocorreu após a “verificação de que todas as obras foram realizadas dentro dos parâmetros exigidos pela binacional”, afirmou Rosane Paitch.
Questionada pelos vereadores sobre o preenchimento dos relatórios de horas-máquina, a servidora da Seagro, Tabta da Cunha, explicou que é responsável por “passar a limpo” todas as marcações feitas no interior e entregues à secretaria pelos subprefeitos e que após esta operação os originas são descartados. “Depois das denúncias divulgadas nos últimos meses nós começamos a guardar os rascunhos e também a preencher de forma mais detalhada os relatórios”, admitiu a funcionária.
O presidente da CPI, vereador Robertinho Magalhães, acredita que será possível produzir o relatório final da comissão até o prazo final que é 29 de novembro. Ele informou ainda que até o momento não existe programação de convocar novas oitivas.
A CPI apura a contratação da empresa F.J. Cecchetto Terraplenagem pelo Município de Cascavel para prestar serviço de horas-máquina com a finalidade de manutenção e adequação de estradas rurais e terraplenagem do interior do município.
Assessoria de Imprensa/CMC