A diretora de Engenharia e Transporte da Cettrans, Vânia Müetzemberg, esteve na Câmara nesta segunda-feira (09) conversando com vereadores, servidores e comunidade sobre a campanha Maio Amarelo.
A diretora explicou que “43 mil pessoas morreram no último ano no Brasil vítimas de acidentes de trânsito e 350 mil ficam sequelados”. Para ela, apesar da gravidade da situação, a sociedade parece anestesiada, postergando soluções e atitudes enquanto os hospitais estão lotados de vítimas do trânsito.
Outro dado alarmante diz respeito ao custo dos acidentes de trânsito para a saúde pública. Mais de 60% das despesas do SUS são para custear o tratamento destes pacientes, especialmente motociclistas. O Ministério da Saúde considera a situação uma epidemia, crescendo a índices superiores a 100% a cada ano e estrangulando a rede pública de atendimento.
Vânia criticou ainda a chamada indústria da multa. "O que nós temos é na verdade uma indústria da infração, resultado da falta de respeito e de educação no trânsito, que leva pessoas à óbito diariamente e causa sofrimento a milhares de famílias”.
A campanha Maio Amarelo
O movimento é nacional e tem a intenção de colocar em pauta o tema segurança viária e chamar a atenção da sociedade sobre os altos índices de mortes, feridos e sequelados permanentes no trânsito no país e no mundo.
Conforme explica o site oficial da campanha, a Assembleia-Geral das Nações Unidas editou, em março de 2010, uma resolução definindo o período de 2011 a 2020 como a “Década de Ações para a Segurança no Trânsito". O documento foi elaborado com base em um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) que contabilizou, em 2009, cerca de 1,3 milhão de mortes por acidente de trânsito em 178 países. Aproximadamente 50 milhões de pessoas sobreviveram com sequelas.
São três mil vidas perdidas por dia nas estradas e ruas ou a nona maior causa de mortes no mundo. Os acidentes de trânsito são o primeiro responsável por mortes na faixa de 15 a 29 anos de idade, o segundo na faixa de 5 a 14 anos e o terceiro na faixa de 30 a 44 anos. Atualmente, esses acidentes já representam um custo de US$ 518 bilhões por ano, ou um percentual entre 1% e 3% do produto interno bruto de cada país.
Se nada for feito, a OMS estima que 1,9 milhão de pessoas devem morrer no trânsito em 2020 (passando para a quinta maior causa) e 2,4 milhões, em 2030. Nesse período, entre 20 milhões e 50 milhões de pessoas sobreviverão aos acidentes a cada ano com traumatismos e ferimentos. A intenção da ONU com a "Década de Ação para a Segurança no Trânsito" é poupar, por meio de planos nacionais, regionais e mundial, cinco milhões de vidas até 2020.
O Brasil aparece em quinto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito, precedido apenas pela Índia, China, EUA e Rússia e seguido por Irã, México, Indonésia, África do Sul e Egito. Juntas, essas dez nações são responsáveis por 62% das mortes por acidente no trânsito.
Assessoria de Imprensa/CMC