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Na tribuna, estudante expõe motivos dos protestos e ocupações

A estudante secundarista Stefany Kovalski, 17 anos, do Colégio Estadual Santos Dummond, usou a tribuna da Câmara nesta quarta-feira (16) para explicar aos vereadores e plenário os motivos que levaram à ocupação nas escolas e aos protestos que seguem sendo realizados pelos estudantes do Ensino Médio.

Na semana passada, um grupo de secundaristas ocupou a Câmara de Cascavel em protesto contra a reforma do Ensino Médio que o Governo Federal pretende implementar. Em um diálogo intermediado pelo Procurador Jurídico da Casa, Luciano Braga Cortes e pelos vereadores Paulo Porto, Professor Paulino e Celso Dal Molin, foi firmado o compromisso de abrir um espaço de 10 minutos na sessão desta quarta-feira para que um representante do Movimento fizesse uso da palavra e também a realização de uma audiência pública no dia 23 de novembro.

Stefany explicou na tribuna que os protestos se dão em repúdio à reforma do Ensino Médio, proposta por Michel Temer através de uma Medida Provisória e também ao congelamento de gastos com educação e saúde para os próximos 20 anos. “Entendemos que as Propostas de Emendas Constitucionais que estão em debate ferem os mais básicos dos direitos humanos e são uma afronta à Constituição Federal de 1988”, explicou a estudante.

Segundo ela, os estudantes protestam “pelo direito a ter educação de qualidade e não por um partido político ou uma linha ideológica”. Stefany afirmou ainda que as dificuldades durante as ocupações foram imensas e que nos 20 dias em que duraram, os estudantes receberam ajuda de apenas 15 pessoas. “Percebemos que a opinião pública nos transformou em monstros e o que nós queríamos era apenas sermos ouvidos e levados a sério, pois brigamos pelos nossos direitos e também de todos aqueles que sempre perdem nas chamadas reformas”, afirmou.

“Uma verdadeira lição sobre cidadania foi aprendida nesse período, porque mostramos à comunidade que não somos uma juventude acomodada e sim uma juventude que luta pelos seus direitos e pelos direitos do próximo”, finalizou a representante dos estudantes secundaristas.

A audiência pública que debaterá o tema está sendo organizada pela Comissão de Educação da Câmara e poderá, se for o caso, encaminhar documentos oficiais aos deputados e senadores.

Assessoria de Imprensa/CMC