“É como se o prefeito quisesse colocar a mão no IPMC para pagar o custeio da máquina pública”, comparou Porto
A greve de várias categorias do funcionalismo público do Paraná voltou a ser pauta de debates nesta quinta-feira (19) Câmara Municipal de Cascavel em virtude da negociação entre governo e servidores agendada para essa tarde e do anúncio por parte do chefe da Casa Civil Eduardo Sciarra de que o projeto de medidas conhecido como "pacotaço" será reenviado à Assembleia Legislativa na próxima segunda-feira (23).
Em pronunciamento na tribuna, o vereador Paulo Porto (PCdoB) alertou para o que está em jogo neste projeto. "De todas as medidas apresentadas o coração do projeto é a nossa previdência, a aposentadoria dos servidores do Paraná. Fazendo uma analogia com o município de Cascavel é como se o prefeito Edgar Bueno enviasse para Câmara de Vereadores um projeto autorizando que ele colocasse a mão no IPMC para pagar o custeio da máquina pública do município", comparou.
Porto, que é professor da Unioeste, uma das sete universidades em greve no Paraná, falou sobre a perspectiva das IEES (Instituições Estaduais de Ensino Superior). "Na semana passada os sindicatos das IEES tiveram uma reunião com o secretário da SETI [Secretaria de Estado Tecnologia e Ensino Superior] que repassou que não existe perspectiva para o custeio das universidades. É com esse tipo de governo que estamos lidando", disse o parlamentar.
O vereador Paulino Pereira da Luz (PT) também se pronunciou sobre o projeto de medidas que deve ser reenviado à Assembleia. "Nossa greve não é por salário, mas sim em relação ao nosso plano de cargos e carreiras e sobre a nossa previdência, que representa o nosso futuro. Isso é inegociável, somente com a retirada dessa proposta saíra essa nuvem que se abate sobre o funcionalismo do Paraná", disse Paulino, que é professor da rede básica estadual.
Júlio Carignano / Assessoria do vereador Paulo Porto