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Paulo Porto alerta sobre ameaça de despejo de 170 famílias

O vereador Paulo Porto (PCdoB) fez um alerta nesta terça-feira (14/6), na Câmara Municipal de Cascavel, sobre a possibilidade do despejo de 170 famílias do acampamento Primeiro de Maio, nas proximidades do distrito de Rio de Salto, interior do município. Porto esteve no fim de semana na área de 400 hectares ocupada pelos integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na fazenda Castelo, um latifúndio que totaliza mais de 3,6 mil hectares.
A ameaça de reintegração de posse é iminente e trará um impacto social a essa comunidade que, desde 2009, ocupa a área e vive da produção de alimentos e criação de animais. “Há sete anos essas famílias constroem diariamente as condições de uma existência digna. São famílias de agricultores que acordam cedo e arrancam daquela terra sua renda, sobrevivência e dignidade. É naquele espaço que garantem uma boa alimentação, uma formação escolar e moral para seus filhos e filhas”, destacou Paulo Porto.
Cerca de 340 hectares da ocupação são destinados ao cultivo; cada família planta cerca de dois hectares e a produção é diversificada, com produtos como milho, feijão, mandioca, aveia, batata, arroz, frutas, verduras e hortaliças sem a utilização de agrotóxicos. Parte dessa produção é para sustentabilidade das próprias famílias e outra é destinada aos pequenos comércios em Rio do Salto. Também há criações de gado, porcos e galinhas.
“Nessas hortas de subsistência e com suas próprias criações, os acampados produzem comida de qualidade para a cidade. Porque sabemos que quem produz alimentos no Brasil não é o grande proprietário de terra, o latifundiário, mas sim o pequeno e médio agricultor”.
Nos sete anos de ocupação, os integrantes do MST construíram uma escola com atendimento do Ceebja (Centro de Educação Básica para Jovens e Adultos), igrejas, campo de futebol, área de lazer e uma mercearia. “Essa é uma comunidade autossustentável, porém paira sobre ela a ameaça de reintegração de posse expedida pela Justiça do Paraná e um futuro incerto para essas 170 famílias. Para onde irão todas essas famílias? Irão engrossar as fileiras da miséria na periferia de Cascavel? Irão engrossar as filas da Agência do Trabalhador? Irão engrossar as filas dos CMEIS superlotados? Em que lugar encontrarão condições melhores de vida e subsistência?”, questionou o vereador.
Porto reafirmou seu apoio aos acampados e fez um apelo as autoridades para que haja uma solução pacífica para o impasse. “Em defesa dessas famílias cascavelenses, fica nossa posição para que se encontre uma saída que não seja da reintegração, do despejo. Que esta terra siga cumprindo sua função social de dar dignidade para 170 famílias e que não seja mercadoria para apenas uma única família. Fica nosso apelo para que o governo estadual, assim como o Ministério Público, resolva esse impasse de forma favorável aos agricultores Sem Terra e não aumente ainda mais a miséria e a concentração de renda em nosso município. Que o diálogo siga prevalecendo, que a paz no campo seja a paz da produção e da agricultura familiar”, concluiu o parlamentar.
(Da assessoria do vereador Paulo Porto)