O vereador Paulo Porto (PCdoB) fez hoje uma defesa à Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Durante sessão desta segunda-feira (14), o vereador ocupou a tribuna para denunciar um ataque midiático à Unioeste “em ações movidas tanto pelo preconceito como pela mercantilização da coisa pública”. Para ele, os ataques partem daqueles que querem acabar com o ensino superior público, gratuito e de qualidade, para entregar o setor nas mãos da iniciativa privada.
“Nestes tempos bicudos, de terraplanismo, de pós verdade, de fake news, nestes tempos em que a ignorância tomou de assalto instâncias de poder, em que as políticas públicas e a concepção do Estado de Bem Estar Social vem sendo atacadas, um dos alvos preferenciais tem sido o sistema público de educação, por dois motivos óbvios: primeiro por que é público e segundo por que permite o acesso e a valorização da ciência”, disse o vereador.
Ao falar do preconceito e pela mercantilização, fatores que movem os ataques contra a escola pública superior, de qualidade e gratuita, Porto explica que exatamente por isso é tão importante defendê-la, “assim como defendemos o direito a educação e ao acesso a ciência como direito inalienável de todo brasileiro, em especial, do paranaense”.
Paulo Porto se valeu inclusive de editorial publicado pelo Jornal Gazeta do Paraná, na edição de domingo (13), com o título “Cascavel que conhecemos graças a Unioeste”. Ele leu o editorial durante sua fala na tribuna.
Conforme o editorial do jornal, “no dia 15 de maio deste ano, quando em todo o país pessoas tomavam as ruas em defesa das universidades, estudantes, professores e servidores técnicos da Unioeste se reuniram no calçadão da avenida Brasil, o coração de Cascavel. Entre camisetas e adesivos que estampavam o orgulho daquelas pessoas em fazer parte daquela universidade, estavam também algumas placas. Uma delas trazia uma pergunta instigante: “Como seria a sua cidade sem a universidade?”. Afinal de contas, o que seria de Cascavel se não fosse a Lei Estadual nº 8.680, de 30 de dezembro de 1987, que integrou quatro faculdades municipais, dando vida à Unioeste?”, questiona o editorial.
No mesmo espaço, destaca o vereador, o jornal faz outras indagações, na mesma linha de raciocínio: “Qual seria a realidade da população de Cascavel e região sem o Hospital Universitário? As unidades de saúde pública conseguiriam absorver a demanda hoje atendida pelas clínicas da universidade? Como seria a rotina de quem depende das próteses, do atendimento odontológico, das sessões de fisioterapia do Centro de Reabilitação Física da Universidade? Quem acompanharia os produtores locais e desenvolveria pesquisas nas pequenas propriedades, garantindo a otimização do manejo pecuário e agrícola? Conseguiria o município dar conta do acompanhamento da fauna e flora local, identificar novas espécies, interpretar ecossistemas?”
O editorial do jornal continua fazendo uma série de perguntas, como forma de destacar a importância de se refletir melhor sobre a importância da instituição para o desenvolvimento socioeconômico de Cascavel.
“Sem a universidade, o que atrairia pessoas de outras localidades? Teria a população de Cascavel saltado de 174 mil habitantes para 328 mil em apenas 32 anos? Sem estes estudantes e professores, atraídos pela universidade, teria o comércio o mesmo porte? Teríamos visto um “boom” imobiliário, a expansão geográfica acelerada da cidade? Sem a Unioeste, onde estudariam nossos filhos? Estariam fadados à simples formação básica? Ao peso do trabalho braçal mal remunerado? Quem pensaria por nós, se não tivéssemos uma universidade que nos proporcionasse o pensamento?”.
Conforme o jornal, no final do editorial, “O que não podemos permitir é que problemas pontuais nos condenem a esquecer a importância dessa nossa universidade, patrimônio do Oeste do Paraná, patrimônio de Cascavel! Defender a Unioeste é defender nosso passado, nosso presente e, principalmente, nosso futuro e o de nossos filhos. Vida longa e próspera a esta instituição e a todos que, ao longo da história, deram vida à Unioeste”.
Ao concluir a leitura do editorial na Tribuna, Porto disse que “fica nosso lamento com certa corrente na mídia cascavelense que vai na contramão, que insiste em fazer a crítica com poucos elementos, que tem o rabo preso com uma perspectiva privatista, mercantilista e utilitarista, a partir das demandas do Deus Mercado”, disse o vereador. Para ele, “esta concepção vira-lata de nossa educação precisa ser superada, pelo bem de Cascavel, pelo bem do oeste do Paraná, que hoje possui uma das mais pujantes universidades estaduais com seu tripé de ensino, pesquisa e extensão. Encerro, parabenizando o bom jornalismo da Gazeta do Paraná, e assim como a todos aqueles que seguem lutando pelo direito ao acesso a ciência e ao conhecimento, de forma, pública, gratuita e laica. Enfim, como diz o editorial “Vida longa à Unioeste e a todos que ao longo da história deram vida a esta instituição”.
Assessoria de imprensa/ Gabinete vereador Paulo Porto