Em meio a uma crise sanitária e as vésperas de uma crise econômica, a Prefeitura de Cascavel, na Secretaria Municipal de Assistência Social (SEASO), suspende centenas de contratos de estagiários que prestam serviços nas unidades do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e nos Centros de Convivência do município.
No dia 22 de abril, a SEASO encaminhou comunicação interna suspendo os contratos de estágios, de 23 de abril até 31 de maio podendo ser revogado, em todas as unidades. A suspensão dos contratos não encerra o vínculo com os estagiários, mas possibilita o não pagamento das bolsas auxílio. A justificativa é que com o isolamento social as unidades do CRAS e Centros de Convivência estão com as atividades suspensas ou com atendimento parcial. Os estagiários devem ainda ficar de sobre aviso, pois poderão ser chamados para retornarem a qualquer momento, conforme a necessidade da Secretaria.
O vereador Paulo Porto lembra que a história nos ensina que para sairmos de graves crises econômicas são necessárias algumas medidas fundamentais. Garantir o emprego evitando demissões, garantir o salário não cortando ou reduzindo os rendimentos e investimento público e distribuição de renda são algumas formas. “Assim foi no chamado Crack da Bolsa de 1929, assim foi na grande recessão que se seguiu à Segunda Guerra Mundial na Europa” relembra Porto. Quem defendeu este modelo econômico foi o economista inglês John Keynes, que influenciou o New Deal americano, daí o termo keynesianismo, que originou outras formas econômicas baseados nestes mesmos mecanismos, como o Welfare State e o Estado de Bem Estar Social em toda a Europa.
O prefeito Paranhos, nas lives e entrevistas, afirma que para superar e alavancar a economia de Cascavel, o Executivo irá investir em obras, gerar empregos e renda, além de conversar para que os empresários não demitam durante a pandemia. Para Paulo Porto, é elogiável e correto, “entretanto, é necessário ter claro que para isto ter sentido e credibilidade, o exemplo tem que vir da própria Prefeitura”. “Por isso, me estranhou quando tomei conhecimento deste oficio da SEASO dirigido aos estagiários”, afirmou. Para o vereador, a pergunta é se Paranhos conversa ou não com seus secretários. “Como é possível o prefeito ter um discurso nas lives, nas reuniões como empresários, sendo que o próprio executivo não faz a lição e casa? ”
São aproximadamente 900 estagiários com uma bolsa média de 900 reais, incluindo o vale transporte. Muitos destes estagiários dependem unicamente dessa bolsa para pagar aluguel, comprar comida e sobreviver. “Esta é uma renda que deságua e incrementa em toda a economia local”, afirma Porto. “E, como diz o ditado: ‘as palavras convencem, mas o exemplo arrasta’”, disse ele. “Qual exemplo a prefeitura está dando com esta lamentável decisão da SEASO?”, completou.
Em defesa destes estagiários e da credibilidade do próprio executivo, o vereador Paulo Porto solicita o recuo desta decisão. “Venho a público solicitar uma resposta imediata do prefeito, venho a público solicitar a manutenção da totalidade destes estagiários no quadro da Prefeitura durante a pandemia. Até porque a pandemia irá passar, e estes serviços seguirão sendo fundamentais para a manutenção dos serviços públicos e da própria máquina do município”, finalizou.
Assessoria do Vereador Paulo Porto/CMC