Agentes penitenciários de toda a região lotaram a Câmara de Vereadores de Cascavel na manhã desta quarta-feira (27). Integrantes do Sindarspen (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná) reuniram-se no plenário da Câmara Municipal para definir medidas tomadas depois da rebelião na PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel) que ocorreu no fim de semana, que é uma das maiores já registradas em todo o Paraná.
Com faixas e gritos de guerra, agentes de toda a região expuseram seus problemas diários e alertaram que o risco de uma rebelião na PEC já vinha sido alertado pelo sindicato. Os agentes também pediram apoio do Poder Legislativo de Cascavel para pressionar o governo do Estado a melhorar as condições de trabalho da categoria e tomar providências.
O presidente do Sindarspen, Antony Johnson, o clima de insegurança na PEC era muito grande. “Queremos segurança para trabalhar. Existem concursos em andamento e é preciso contratar mais agentes. Além disso, falta equipamento de trabalho, faltam rádio comunicadores. Temos apenas o colete e nossas mãos para trabalhar”, descreveu.
Entre os relatos feitos na Câmara, alguns agentes destacaram o problema na alimentação servida tanto para agentes quanto para presos. Um dos servidores, inclusive, descreveu que devolveu três marmitas estragadas e, depois de ter feito isso, foi afastado do setor de distribuição das refeições.
Os vereadores Paulo Porto (PCdoB) e Márcio Pacheco (PPL), receberam os agentes penitenciários e fizeram dois compromissos da Câmara com a categoria.
Segundo Paulo Porto, já na segunda-feira (1°) será colocado em votação na Câmara uma moção de apoio aos agentes penitenciários. E na sequência também será elaborado um requerimento pedindo explicações do Estado sobre as más condições da PEC e também de outras penitenciárias. “Vamos sistematizar as reivindicações feitas pelos agentes penitenciários. Existe uma normativa do Conselho Nacional de Segurança que determina que haja cinco presos para cada agente penitenciário e no dia da rebelião havia mais de 100 presos para cada agente. Vamos chamar a responsabilidade de quem deveria ter tomado providências”. A reunião foi longa e seguiu até o início da tarde.