O embargo da obra do Shopping Catuaí, em Cascavel, foi um dos destaques da sessão desta terça-feira (18) na Câmara de Vereadores de Cascavel. O presidente da Mesa Diretora, Marcio Pacheco (PPL), usou a tribuna para manifestar sua contrariedade ao embargo da obra e recebeu apoio dos demais vereadores.
“Cada vez mais se esvai a realização de um grande sonho da população de Cascavel. Por vontades outras, estamos na iminência de perder algo que contávamos como certo. Por isso venho solicitar que tenhamos um posicionamento. Não podemos permitir que se fortaleça esse entendimento de que está acontecendo uma obstrução para a construção do shopping pela vontade de alguns políticos”, afirmou Pacheco.
Durante seu discurso, ele cita uma entrevista concedida pelo ao engenheiro civil, Adir Tormes, à imprensa local. Tormes se disse surpreso pelo embargo da obra ter ocorrido por questões ambientais e citou ainda que mais de 40 exigências ambientais foram atendidas na obra. “Se é que houve algum dano ao meio ambiente, isso já aconteceu. Toda a quantidade de concreto já foi colocada, não há como reparar se é que houve algum dano. Há quem diga que não houve”, acrescentou o presidente.
O vereador Jaime Vasatta (PTN) reforçou o entendimento de que não há prejuízos ambientais. “Existem três nascentes lá, uma está a 500 metros longe da obra e as outras duas não estão na construção, estão distantes conforme a lei prevê. São 2 mil empregos que a cidade vai deixar de ter. Daqui a pouco vão desmanchar e levar para outra cidade. É lamentável porque existem condomínios que estão dentro do lago, tem a estação de tratamento da Sanepar que está a 20 metros do lago, o que é uma bomba relógio”.
O vereador Nei Haveroth também manifestou apoio ao presidente. “A quem não interessa o shopping? Ainda não sabemos. É importante deixar claro que não é esta Câmara e não são esses vereadores que são contra. Os demais segmentos, o tempo dirá quem está contra a melhoria da nossa cidade”.
Pacheco deu sequência a seu pronunciamento conclamando os vereadores a apoiarem as medidas que serão tomadas pelo Poder Legislativo. O engenheiro-civil, Adir Tormes, será convocado a comparecer à Câmara de Vereadores, em uma data que ainda será definida, para explicar seu entendimento sobre a obra do Catuaí.
“Nós podemos nos posicionar. Representamos da maneira mais democrática e legitima a população de Cascavel. E toda manifestação pode sim chegar aos ouvidos de quem precisa ouvir que somos favoráveis. Temos que dizer que concordamos que será um prejuízo de empregos para Cascavel. Imagine o tamanho dos investimentos e entretenimento que podemos perder”.
Após a explanação que será feita por Tormes, Pacheco e os demais parlamentares definirão quais medidas serão adotadas para tentar reverter o embargo da obra.
Entenda o caso
A obra do Shopping Catuaí, localizada ao lado do Lago Municipal, gera polêmica desde que foi iniciada. A mais recente interdição da obra ocorreu em outubro deste ano com uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) mas o caso se arrasta desde 2012, quando o MPF (Ministério Público Federal) ajuizou ação civil pública contra o grupo BR Malls, que está a frente do empreendimento.
A obra tem um custo de R$ 210 milhões e por decisão da Justiça, o grupo BR Malls depositou R$ 10 milhões em juízo para que, após o julgamento do processo no mérito, haja eventuais investimentos para reversão dos danos ambientais.