O sistema de bilhetagem eletrônica e a necessidade da figura do segundo tripulante nos ônibus do transporte coletivo urbano de Cascavel deverá voltar ao debate na Câmara de Vereadores no mês de dezembro, pois já tramita nas comissões internas da Casa de Leis, o projeto de lei que busca restabelecer a presença desta função em pelo menos 30% da frota do município.
De autoria dos vereadores Paulo Porto (PCdoB), Professor Paulino (PT), Rui Capelão (PMDB) e Celso Dal Molin (PR), a proposta visa dar uma resposta a uma série de reclamações e prejuízos causados ao usuário do transporte público desde a implantação do sistema de 100% de bilhetagem, que extinguiu a figura dos cobradores dos ônibus.
A implantação do Cartão Vale Sim como forma exclusiva de pagamento não somente gerou desconforto em quem tinha preferência por pagar a tarifa em dinheiro, especialmente as pessoas que estão de passagem pelo município, mas também ocasionou uma sobrecarga nos motoristas, dificuldade do embarque de cadeirantes, bem como alguns acidentes com idosos que necessitavam da ajuda do agente de bordo para o embarque.
Na justificativa do projeto, os autores explicam que caberá ao agente de bordo auxiliar os cadeirantes, portadores de necessidades especiais e idosos, prestar orientações e segurança ao usuário e ao motorista e, quando necessário, recarregar ou vender os cartões da bilhetagem eletrônica.
Segundo Paulo Porto, um dos autores do PL, a intenção é garantir a melhoria do atendimento ao usuário, em especial, idosos, gestantes e pessoas portadoras de deficiência e mobilidade reduzida.
Os vereadores também argumentam que a função de agente de bordo em nada encarecia a tarifa, uma vez que o valor atual, recentemente reajustado, vinha sendo praticado antes da bilhetagem eletrônica e do desuso da função do cobrador. Assim, os cálculos atuais da tarifa são perfeitamente compatíveis com a remuneração de dois profissionais operando no interior do veículo.
Porto afirma que até o presente momento a ausência do segundo agente de bordo serviu exclusivamente para aumentar o lucro do empresariado. “Além do lucro do patrão, aumentou-se a insegurança do usuário e a precariedade do trabalho do motorista que além de dirigir tem que auxiliar, geralmente parando o veículo, no embarque e desembarque de cadeirantes, deficientes, além de não ter mais um auxiliar nos horários de pico. Tudo isso caracteriza a perda da qualidade do serviço”.
Assessoria de Imprensa/Paulo Porto