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Vereador Paulo Porto faz convocação para ato em Cascavel a favor da democracia

O vereador Paulo Porto (PCdoB) fez um pronunciamento nesta terça-feira (29/3) na sessão da Câmara de Cascavel sobre o quadro político nacional, em defesa da democracia e contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT). "Há um golpe em curso, um golpe contra o estado de direito e contra uma presidente legitimamente eleita. O fato de não gostarem da presidente, o fato de sua baixa popularidade ou a crise econômica não é de modo algum pretexto suficiente para romper a legalidade", afirmou.

Para Porto, não se combate a corrupção corrompendo a Constituição Federal, assim como já afirmou uma série de juristas por todo o País. "O que se esconde atrás do golpe, atrás do discurso moral, do discurso do ódio, atrás das camisetas da CBF e do simpático verde amarelo, é fazer valer os direitos da Constituição de 1988 – que é essencialmente de incluir todos os brasileiros nas oportunidades geradas pela riqueza nacional", ressaltou.

Na opinião do vereador, uma eventual vitória deste golpe contra um processo legítimo eleitoral é a vitória dos que são contra as políticas de inclusão. "Vitória daqueles que chamam o Bolsa Família de "bolsa preguiça", daqueles que defendem o fim das leis trabalhistas, que querem entregar o pré-sal ao capital internacional. Dos que combatem todas as políticas sociais como Prouni, Pronatec, FIES, programas esses que buscam a inclusão social daqueles que historicamente jamais tiveram acesso a riqueza nacional".

Porto destacou que o que está em jogo são duas visões clássicas de modelo de estado, um de caráter liberal e outro intervencionista. "A verdade é que a centralidade do golpe se resume na velha e liberal necessidade de se diminuir o estado e os gastos públicos e seguir possibilitando a concentração e renda nas mãos de poucos. Esta disputa sempre houve no capital, o que não há problema algum, mas se complica e fica golpista quando a disputa rompe a legalidade democrática e busca derrubar uma presidente eleita pela força da mídia, por meio de um judiciário parcial e seletivo, somada a ação de lideranças políticas corruptas como Eduardo Cunha".

O parlamentar fez uma citação do economista Márcio Pochmann no plenário: "Assim, a aprovação do impedimento do governo Dilma imporá a uma parte significativa da população o retorno ao caminho da exclusão, restabelecendo a sociedade da inclusão dos 2/3 no Brasil. Tal como o espírito da sociedade dos brancos vigente no final do século 19, que aceitou abolir a escravidão sem a necessária inclusão dos ex-escravos e suas gerações, segue o objetivo golpista neste início do século 21".

Ao final de seu pronunciamento, Porto fez um convite para o ato público em "Defesa da Democracia/Golpe Nunca Mais", organizado pela Frente Brasil Popular, na quinta-feira, dia 31 de março, no salão paroquial da Igreja do Bairro Brasmandeira, a partir das 19 horas. "Convidamos todos para esse ato em defesa não apenas da democracia, mas de um projeto de Brasil mais justo, pois apesar de alguns terem decretado seu fim, a luta de classes segue sendo o motor da história, seja para o bem ou para mal", concluiu.

Julio Carignano/ Assessoria de Imprensa/ Paulo Porto