“Meu nome é Marielle Franco. Sou mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré. Sou socióloga com mestrado em Administração Pública. Fui eleita Vereadora da Câmara do Rio de Janeiro pelo PSOL, com 46.502 votos. Hoje, sou também Presidente da Comissão da Mulher da Câmara”, foram estas as palavras escolhidas por Marielle Franco, assassinada no último dia 14, para apresentar-se em seu site. Do episódio também foi vítima o motorista de Marielle, Anderson Pedro Gomes.
Com a morte de Marielle, além da comoção diante de sua ampla atuação na área de Direitos Humanos, a internet foi invadida por uma série de informações mentirosas que iam desde o fato de que Marielle defendia bandidos, até de que teria sido casada com um famoso traficante. Diante disso, o vereador Paulo Porto (PCdoB) fez uso da tribuna na sessão da última segunda-feira (19) para comentar sobre a questão.
“Devido à desinformação, ao discurso do ódio, à burrice de muitos e má de fé de alguns, estamos sendo bombardeados por inverdades, asneiras e bobagens a respeito da relação do assassinato da ativista de direitos humanos Marielle Franco e a cotidiana morte de policiais em todo o Brasil. Como se fossem coisas distintas, como se não fossem as duas faces da mesma moeda. É necessário combater este discurso burro de que ela “morreu assassinada pelos bandidos que tanto defendia”, e de que existe um pretenso antagonismo imbecil entre os Direitos Humanos e a Polícia Militar”, destacou o vereador.
Por fim, o vereador Paulo Porto destacou: “Encerro fazendo uma homenagem à vereadora Marielle a todos aqueles que lutam por direitos humanos e em especial aos soldados que tombam defendendo este direito de forma diária em nossa estúpida guerra contra as milícias e contra as drogas. Nosso luto é não apenas pela Marielle, mas pelo que todas estas mortes representam em estupidez e barbárie”.
O vereador Policial Madril (PMB) também comentou a morte de Marielle e do motorista da vereadora. “Nós somos vereadores, nós temos que pensar na nossa classe também. Amanhã pode ser um de nós. Não é que a vereadora é mais importante que um policial militar [a exemplo de um PM vítima de latrocínio no dia 17 em Paranavaí]. O que você tem que ver, é quem está em volta de quem morreu. Por isso tenho que lamentar a morte de Marielle e parabenizar o PSOL [partido da vereadora]. Muitas pessoas criticam este movimento, de torná-la um mito, dizem que não se deve endeusar. Mas ela já está endeusada. O nome dela está na história pelo o que ela criou e pelas amizades que tem. Que isso sirva de exemplo para todas as categorias. Se a gente não lutar por quem é da gente, ninguém vai lutar”, afirmou.
Denuncie!
Para combater os boatos, amigos da vereadora criaram uma página na internet chamada “A Verdade Sobre Marielle Franco”. Além disso, um grupo de advogadas passou a rastrear o material mentiroso na web, além de identificar os autores e encaminhá-los para a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática.
Caso você se depare com alguma informação de ódio ou mentirosa sobre Marielle, a orientação é de que seja feita uma cópia do material com o máximo de informações possíveis (nome do autor e de quem compartilhou e link de postagem). Se for por WhatsApp, é importante incluir o número do telefone que encaminhou a mensagem. O material pode ser enviado para o e-mail contato@ejsadvogadas.com.br
Assessoria de Imprensa/ Paulo Porto