Notícias

Edson defende em reunião a importância do Centro de Cirurgias Programadas

A reunião aberta sobre a implantação do Centro de Cirurgias Programadas (CCP) no Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop) trouxe autoridades e sociedade civil organizada de toda a região à Câmara de Vereadores de Cascavel, na quinta-feira (16). O presidente da Comissão de Saúde, vereador Edson Souza (MDB), organizou a discussão com o objetivo de trazer melhorias para a saúde, não apenas de Cascavel, mas de toda a região, tendo em vista que a suspensão das cirurgias eletivas durante a pandemia resultou em aumento na fila. “Quando nós vamos debater saúde pública, não podemos discutir de apenas uma cidade. Esse debate tem que ser de toda a região, pois nós precisamos atender todas as pessoas da melhor forma possível”, avaliou o vereador.

Números sobre a situação da fila das cirurgias eletivas foram apresentados durante o encontro. Atualmente, apenas o Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop) conta com cerca de 1,5 mil pacientes na fila, e na macrorregião a estimativa é que o número ultrapasse 20 mil pacientes aguardando por uma cirurgia. “Precisamos discutir saúde pública com dados e nesse momento o grande gargalo da nossa região é a fila de eletivas. Essa reunião é muito importante para que possamos discutir essa possibilidade de melhorar a saúde da nossa região”, ressaltou o reitor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Alexandre Webber.

O Centro de Cirurgias Programadas deve ser implantado no espaço construído para atendimento de pacientes queimados, utilizado durante a pandemia para atendimento de pacientes com covid-19. A discussão para essa transformação do espaço para esse fim deve-se também aos números. De acordo com dados da 10ª Regional de Saúde, de 2015 a 2020 foram 87 pacientes queimados atendidos na região, e no Huop a média é de 7 a 9 pacientes queimados atendidos por ano. “A nossa visão do Huop é atender a maior necessidade da população, e nesse momento o que mais precisa é desafogar essa fila, que já era grande antes da pandemia, e tem aumentado ainda mais com a suspensão dessas cirurgias durante a pandemia. Precisamos dar vazão nessa fila, para então depois pensarmos em estruturar o Centro de Queimados para o que realmente ele foi construído”, defendeu o diretor geral do Huop, Rafael Muniz de Oliveira.

O hospital tem contratadas 80 cirurgias eletivas ao mês, e antes da pandemia já realizava cerca de 115 ao mês, portanto mais do que o contratado, em razão da demanda. Com o CCP, a estimativa é que sejam realizadas cerca de 400 cirurgias por mês.  Edson ainda apresentou a planilha de custos para a estruturação desse espaço, para que essa discussão seja feita também com a Secretaria de Saúde do Paraná e com outros órgãos de saúde. “A discussão se iniciou hoje e agora pretendemos colocar em prática esse serviço, que deve ter qualidade, eficiência, além de um atendimento humanizado. Hoje, quem consegue oferecer estrutura para isso é o Huop, que aceitou esse desafio. Vamos buscar o financiamento para isso”, afirmou o vereador Edson Souza.

Membro da Comissão de Saúde, o vereador Cidão da Telepar (PSB) destacou a importância dos esforços para a resolução da situação das cirurgias eletivas na região.  “Esse momento para mim parece um sonho. Essa é uma demanda do Brasil inteiro e nós aqui da região sabemos como é difícil lidar com essa situação. Para nós é muito difícil ver pessoas dizendo que estão há quatro, cinco ou até seis anos na fila”, comentou. Também membro da comissão, o vereador Sadi Kiesel (Podemos) mostrou-se otimista com os possíveis resultados. “Espero que sejam tirados alguns encaminhamentos da reunião, para podermos contribuir com a resolução do problema que aflige, neste momento, boa parte da população paranaense: o gargalo causado pelas cirurgias eletivas”, disse ele.

O deputado estadual Gugu Bueno (PL) também esteve presente na audiência e se dispôs a apoiar a luta pela solução do problema da fila das cirurgias eletivas. “Contem com meu apoio e empenho em buscar solução para esse problema da região. É um tema muito importante, pois há milhares de pessoas esperando por essa cirurgia e tenho certeza que iremos avançar e inclusive com o objetivo de ser um exemplo para o Paraná na eficiência de cirurgias eletivas”, destacou.

No total, 22 municípios de toda a região foram representados na reunião. Entre as autoridades presentes estavam 40 vereadores, sendo oito presidentes das Câmaras Municipais de Boa Vista da Aparecida, Assis Chateaubriand, Capitão Leônidas Marques, Anahy, Serranópolis  do Iguaçu, Santa Tereza,  Braganey e Pato Bragado; quatro secretários municipais de Saúde dos municípios de Nova Aurora, Santa Tereza do Oeste, Ibema e Guaíra; e ainda dois prefeitos: Beto Lunitti, do município de Toledo, e Leonir Antunes dos Santos, de Boa Vista da Aparecida. Além disso, instituições como o HUOP, Unioeste e Consamu também foram representados na reunião.

Pacientes na fila há cerca de dez anos

São anos não apenas de espera, mas também com dores e dificuldades que já fazem parte do cotidiano de quem aguarda na fila por uma cirurgia eletiva. A rotina ainda engloba consultas e visitas de emergência ao hospital ou unidades de pronto atendimento. “São dores diárias, crises atrás de crises. Geralmente umas cinco vezes por mês, se eu não vou para a UPA eu vou tomar medicação na UBS, sempre nesse revezamento”, diz Aline Kelly Tomacheski, há quatro anos na fila por uma cirurgia para retirada de pedra no rim.

Os remédios para dor são diários, somados às dificuldades do cotidiano. Para alguns, a espera já beira os dez anos. “Às vezes eles me ligam perguntando se eu ainda estou esperando e se eu ainda quero fazer a cirurgia. Eu fico toda feliz pensando que já vou (fazer a cirurgia), mas aí eles dizem que é apenas para saber se ainda tenho interesse”, conta Eldi Balbinotti, na fila há quase uma década para cirurgia nas mãos e joelho.

O Centro de Cirurgias Programadas deve dar vazão na fila de espera para esses pacientes. O objetivo agora é que essa discussão seja ampliada com demais autoridades e órgãos de saúde, para que seja de fato, uma solução que possa ajudar a zerar a fila de eletivas. “Conseguimos demonstrar essa necessidade para a população e isso cria a esperança de dar um fim para as filas de cirurgias eletivas. É muito mais barato atender as pessoas bem e com qualidade do que manter nessa fila do jeito que está”, lembrou Edson Souza.

Acamop representada

A Associação de Câmaras e Vereadores do Oeste do Paraná (Acamop) também esteve representada no encontro pelo vereador de Pato Bragado e segundo tesoureiro da associação, Dante Conrado. Ainda antes da audiência, os vereadores se reuniram para estabelecer uma Comissão Permanente de Saúde da entidade. O objetivo é levantar bandeiras da saúde, que melhorem o atendimento em toda região. Nesse primeiro momento, serão documentados dados sobre as cirurgias eletivas em todos os municípios da região, que serão protocolados junto ao Ministério da Saúde e enviados para a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná.

Além disso, os vereadores irão organizar uma comitiva que se deslocará até as cidades de Curitiba e Brasília, a fim de pleitear recursos junto aos deputados estaduais e federais, com o secretário de Saúde do Paraná e com o ministro da Saúde. “O objetivo é atender as demandas da população com propostas factíveis, e com a representação de vereadores de todas as cidades filiadas à Acamop, para que possamos nos unir nessas bandeiras”, finalizou Edson.

Assessoria do Vereador Edson Souza/CMC