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Papel das cooperativas de coleta no novo contrato do lixo é debatido na Câmara

Os trabalhadores da coleta seletiva de Cascavel lotaram o plenário da Câmara de Cascavel nesta quarta-feira (15) para participar da reunião pública organizada pelo vereador Edson Souza (MDB) que discutiu o papel dos catadores no novo contrato do lixo, que deve ser fechado em breve.

Um documento oficial proposto pelas seis cooperativas em atividade hoje na cidade foi entregue ao secretário de Meio Ambiente, Nei Haveroth, solicitando a inclusão de dois pontos principais na minuta de edital da nova concessão dos serviços de limpeza e manejo de resíduos sólidos em Cascavel, “a retirada das funções da nova concessionária a coleta seletiva de material reciclável porta a porta, sendo essa a cargos das cooperativas/associações e que essas sejam remuneradas por este serviço prestado, ficando a cargo da nova concessionária a tarefa de destinar os rejeitos produzidos nos ecopontos até o aterro sanitário” e ainda que “a Prefeitura de Cascavel possa através de convênio ou outro instrumento adequado, estabelecer uma forma de remuneração adequada em relação a tonelada de material processado pelas cooperativas/associações e que não são destinadas ao aterro sanitário”.  Assinaram o documento Maria José Santos, presidente da Cootacar, João Velozo Leal, presidente da Acamar, Josefa Cordeiro Chagas, presidente da Ascacar, Marcia Regina Oliveira, presidente da Caremel e Claudinei Lima de Farias, presidente da Coopercaju.

“Para que as cooperativas e associações consigam captar os recursos necessários para prover boas condições de trabalho e uma vida digna aos trabalhadores, é imprescindível que a contratação dessas organizações nos serviços de triagem e coleta seja discutida”, defendeu Edson. Reiterando a fala do parlamentar, a presidente de cooperativa Marcia Oliveira afirmou: “a qualidade das instalações é boa e a gente trabalha muito, mas no final do mês não sabemos quanto vai sobrar de remuneração para cada trabalhador, se vai dar para fazer um rancho ou pagar o aluguel”.

Jonatas Barreto, assessor do vereador Edson Souza, apresentou um estudo mostrando que a renda média dos catadores nos últimos seis meses foi de R$ 878 e que a contratação dos serviços dos catadores para a triagem de materiais teria como resultado o “aumento da vida útil do aterro sanitário; o não pagamento para empresas terceirizadas, para destinação de rejeitos ao aterro sanitário; aumento da renda dos catadores cooperados; reaproveitamento da matéria prima; economia de recursos hídricos e minerais e capacitação permanente para aprimoramento tecnológico para reciclagem”.

O secretário de Meio Ambiente, Nei Haveroth, o diretor da secretaria, Ailton Lima e engenheira ambiental, Keila Kochem, explicaram que apenas 15% da população faz a separação do lixo e que dos mais de 800 condomínios existentes em Cascavel, apenas 40 organizaram a coleta seletiva corretamente. “A responsabilidade da população é fundamental. Desde 2010 a política nacional de resíduos sólidos determina que seja priorizado o fim dos lixões e a emancipação econômica dos catadores, mas para isso precisamos do comprometimento de cada cidadão com a separação do seu lixo e o entendimento de todo o processo necessário até que ele seja reciclado”, assinalou Nei Haveroth.

Questionados se conseguiriam manter a coleta diretamente na área urbana e rural substituindo a concessionária, todas as cooperativas presentes na reunião responderam que sim. “Nós só precisamos de uma chance, de uma oportunidade, para mostrar o trabalho que somos capazes de fazer”, enfatizaram.

Participaram da reunião os vereadores Dr. Lauri, Josias de Souza, Cidão da Telepar, Serginho Ribeiro e Beth Leal, os técnicos da Itaipu, Paulo Squinzani e Rosana Paitch, Madson de Oliveira, do Território Cidadão, Adelar Valdameri, da ONG Amigos dos Rios e a assessoria dos vereadores Professor Santello, Soldado Jeferson, Cleverson Sibulski e Professora Liliam.

Assessoria de Imprensa/CMC