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Pracinha Mário Ferroni emociona família ao receber homenagem da Câmara

Aos 102 anos de idade, Mário Ferroni emocionou toda a família ao receber em sua casa, na tarde de quarta-feira (3), a homenagem da Câmara Municipal pela sua atuação na Segunda Guerra Mundial como membro das tropas brasileiras. O vereador Cidão da Telepar (PSB), autor do projeto que originou o Decreto Legislativo nº 46/2021, entregou o título de Honra ao Mérito ao pracinha da Força Expedicionária Brasileira (FEB).

Na cerimônia, além da entrega da placa com o título, o pracinha pôde assistir a uma apresentação da banda de música do Exército no jardim da frente de sua casa. Catarinense de Campos Novos e nascido em 1919, ele é um dos poucos pracinhas ainda vivos da FEB que participou da Segunda Grande Guerra Mundial, na década de 1940.

Orgulho de ter lutado pelo Brasil

Com 24 anos de idade, Mário Ferroni embarcou para a Itália, onde foi um dos milhares de brasileiros que lutaram ao lado dos Aliados na campanha da Itália contra os alemães. A famosa batalha de Monte Castello durou 3 meses e terminou em fevereiro de 1945 com a vitória dos aliados no norte da Itália. Ferroni se orgulha de ter representado o Brasil neste momento histórico.

Ele integrou grupamento comandado pelo general-de-divisão João Batista Mascarenhas de Morais, enviado à Europa para combater ao lado dos Aliados (França, Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética). O conflito bélico foi travado contra os países do Eixo, formado por Alemanha, Itália e Japão.

Do contingente de pracinhas da FEB, colegas de agruras de Ferroni, 451 morreram, 1.145 tombaram feridos em combate, 35 foram feitos prisioneiros, dez foram sepultados como “soldados desconhecidos” (estavam irreconhecíveis) e outros 19 jamais foram localizados.

“Passei o inverno inteiro entrincheirado em posição de combate, com temperaturas sempre abaixo de zero. Quando a primavera chegou e o tempo melhorou, veio o comando para subirmos o morro e enfrentar os alemães que estavam lá no alto. Muitos amigos do meu pelotão tombaram mortos. A gente se obrigava a matar para não morrer. Subia sem medo, pois o medo aniquila. Os alemães recuaram para a divisa com a França e depois se entregaram”, relata o pracinha.

Ferroni era operador da metralhadora .50. Não sabe – ou não quis dizer – quantos alemães morreram nas rajadas que disparou. Ele não quer se vangloriar da morte. Antes pelo contrário, responde com uma frase de silenciar o campo de batalha: “A guerra é uma coisa muito triste, a gente mata sem ódio”

O soldado Ferroni combateu até a rendição alemã, em maio de 1944. Retornou para Santa Catarina sem um único ferimento, um único arranhão sequer. Casou-se com Cacilda Roman (in memorian), com quem teve quatro filhos, dois deles cascavelenses, já que passou a morar aqui em 1953, atraído pelo ciclo da madeira. Tem ainda 8 netos, 6 bisnetos e 1 tataraneto. Extraído de reportagem do jornal Pitoco.

Assessoria de Imprensa/CMC