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Vereadoras de Cascavel falam dos 90 anos do direito ao voto das mulheres

Eleitas após um hiato de mais de 20 anos na política cascavelense, as vereadoras Beth Leal (Republicanos) e Professora Liliam (PT) consideram a data de hoje, 24 de fevereiro, um marco para a participação das mulheres na vida pública e nos espaços de poder. Há 90 anos as mulheres conquistavam pela primeira vez o direito ao voto.

A chegada do Código Eleitoral de 1932 mudou a história da democracia no Brasil, do próprio país e do povo brasileiro. Um dos avanços mais importantes foi a instituição do voto feminino (artigo 2º), que ainda levaria algumas décadas para ser completamente instituído, uma vez que o voto era obrigatório apenas para pessoas alfabetizadas e para os homens, as mulheres ainda eram dependiam da permissão de pais e maridos.

A vereadora Beth Leal acredita que “os 90 anos da conquista do direito ao voto para mulheres é uma data a ser lembrada como estímulo para continuarmos buscando alcançar a equidade entre homens e mulheres, especialmente no âmbito da política. Devemos ocupar todos os espaços que nos são de direito".

“É preciso comemorar toda conquista, sobretudo num país tão fortemente machista. Votamos há 90 anos e temos ainda muito a conquistar no espaço político. É fundamental mulheres na política, não apenas votando, mas também sendo votadas”, defende a vereadora Professora Liliam.

Ainda que tenha se passado quase um século de sufrágio feminino, há muitos desafios para serem superados. “Temos que lutar pela igualdade entre homens e mulheres na formação das chapas para concorrer aos pleitos eleitorais, atingir igualdade de gênero nos partidos políticos e construir estruturas político-partidárias que valorizem a participação feminina, por exemplo”, destaca Beth.

Outro desafio apontado pela vereadora Liliam é o combate à violência política – com todo tipo de agressão psicológica, sexual e até mesmo física – tornando ainda mais desafiador para as mulheres participar do meio político.

Mulheres eleitoras

Mais de 77 milhões de brasileiras devem votar nas eleições de outubro. Elas representam mais de 52% do eleitorado. Estatísticas divulgadas pelo TSE mostram que, de todos os filiados a partidos políticos no Brasil, 47,72% são mulheres. No entanto, apesar de ser maioria entre os eleitores (e também entre os eleitores com nível superior e nível médio completo), a participação das mulheres na política das mulheres não acompanha estes números.

Em 2018, apenas seis candidatas foram eleitas para o Senado (11,5% do total das 54 vagas disputadas nesse ano). Para a Câmara dos Deputados, foram eleitas 77 deputadas federais (15% do total). Nos estados, elegeram-se 161 deputadas estaduais (15,5%) e apenas 12% dos eleitos no 1º turno das Eleições de 2020 para o cargo de prefeito são mulheres. Esses números são muito inferiores, inclusive, à cota mínima de 30% de candidaturas femininas por partido, que existe desde 1997.

O Atenea, estudo realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento em parceria com a ONU Mulheres, divulgados em 2020, analisou a paridade de gênero na América Latina.  Além de considerar a presença de mulheres na cena política, o levantamento analisou oito tópicos como “grau de participação das mulheres no sufrágio”, “existência de estruturas voltadas à igualdade de gênero nos partidos e sua atuação como instância decisória” e “poder legislativo” em 11 países. A maior nota dada para o Brasil foi no quesito “exercício do direito ao sufrágio”, e as menores notas foram dados nos itens “cotas e paridades” e “compromissos institucionais brasileiros em relação à igualdade entre mulheres e homens”.

* Com informações da ONU Mulheres e Senado Federal

Assessoria de Imprensa/CMC