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​Vereadores, especialistas e famílias se unem para conscientizar sobre o Autismo

O debate sobre o autismo é fundamental para garantir dignidade e a inclusão das pessoas autistas em suas comunidades. Ao mesmo tempo, a crescente incidência do transtorno, que afeta aproximadamente 1 em cada 36 crianças numa tendência global de aumento nos casos destaca a urgência de abordar questões relacionadas à inclusão e ao suporte adequado para pessoas com TEA e suas famílias.

A vereadora Professora Beth Leal (Republicanos) e o vereador Tiago Almeida (Republicanos) receberam especialistas em Transtorno do Espectro Autista na última sexta-feira (05) no evento ‘Compreendendo o autismo: uma jornada de conhecimento’. "A falta de compreensão sobre o transtorno por parte da sociedade contribui para o isolamento e o estigma enfrentados pelas famílias e prejudica a formulação de políticas públicas", ressaltaram os vereadores.

Contribuíram para o debate Silvana Gonçalves, pedagoga e representante das famílias, Ícaro Bertechini, médico neurologista, Juliana Pinheiro, neuropsicopedagoga, Monica Ferreira Amaral, nutricionista pediátrica, Samantha Sitnik, da AMAC (Associação de Mães de Autistas de Cascavel), Idilsa Firmo, do CAUT (Centro de Apoio, Convivência e Defesa dos Direitos dos Autistas), Luciana Valquíria Gebert, representando a Secretaria Municipal de Educação, Ana Carolina Nascimento, gerente de saúde mental do município, o CETEA (Clínica Escola Juditha Paludo Zanuzzo), o secretário de Assistência Social, Hudson Moreschi Júnior, o vereador Josias de Souza, além de fonoaudiólogas, psicólogas, professores, pais e mães de pessoas autistas.

“Como muitas outras mães eu não sabia o que fazer quando descobri o diagnóstico do transtorno autista do meu filho”, lembrou Silvana Gonçalves. “Não é fácil conseguir consultas especializadas e muitas vezes isso atrasa o diagnóstico das crianças e o início dos tratamentos”, acrescentou a pedagoga.

O neurologista Ícaro Bertechini falou sobre as alterações neurológicas presentes nos cérebros das pessoas autistas e enfatizou que o “transtorno é orgânico. As pessoas não têm controle sobre ele nem podem escolher agir daquela maneira”. A fala do médico é importante pois aponta para uma das maiores dificuldades enfrentadas por pessoas autistas e suas famílias: o estigma de que as crianças estão “fazendo birra” ou “dando trabalho de propósito”.

Outro aspecto importante para este grupo é a alimentação. A nutricionista Monica Amaral explicou que “a alimentação é uma preocupação muito importante para os pais, responsáveis e professores de crianças com autismo. As pessoas autistas podem apresentar restrições a determinados alimentos, texturas ou cores, ou mesmo precisar de adaptações no ambiente onde a comida é servida. Por isso é preciso um olhar individualizado para cada criança”.

De acordo com a SEMED, a rede municipal tem 189 crianças com diagnóstico de TEA. A rede conta com sete nutricionistas, sendo uma especialista no cardápio específico para este público e também faz adaptações para que as crianças consigam fazer suas refeições onde se sentirem melhor. A rede conta com 211 professores de apoio pedagógico (PAPs), salas de recursos multifuncionais e busca trabalhar com a formação continuada de professores e funcionários. “Não podemos dizer que existe uma fórmula que dá certo para todos os casos porque sabemos que o mais importante é apoiar as crianças e suas famílias dentro de suas características individuais e fazer o melhor por cada um destes estudantes”, destacou Luciana Gebert.

“Diante desses desafios, é importante garantir recursos e políticas públicas direcionados a uma abordagem multidisciplinar, envolvendo profissionais de diferentes áreas, como psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e educação especial, para proporcionar um suporte abrangente e eficaz às crianças com TEA e suas famílias”, destacou Tiago Almeida.

Assessoria de Imprensa/CMC