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Vereadores querem debater melhoria no atendimento de saúde com secretário estadual

A crescente pressão sobre o sistema de saúde tem levado os gabinetes da Câmara a receberem cada vez mais reclamações. Na busca por uma saída, 13 vereadores se reuniram na manhã desta terça-feira (17) com o secretário municipal Miroslau Bailak, durante encontro promovido pelo líder do Governo, vereador Pedro Sampaio (PSC). Como encaminhamento, o grupo decidiu chamar para uma conversa o secretário estadual de Saúde e os dirigentes da 10ª Regional de Saúde e do Comitê de Urgência e Emergência.

Participaram do encontro, além de Pedro Sampaio, a vereadora Professora Liliam (PT) e os vereadores Serginho Ribeiro (PDT), Carlos Xavier (Republicanos), Policial Madril (PSC), Soldado Jeferson (PV), Professor Santello (PTB), Sadi Kisiel (Podemos), Celso Dal Molin (PL), Josias de Souza (MDB), Edson Souza (MDB), Tiago Almeida (União Brasil) e Mazutti (PSC). Quem acompanhou o secretário Bailak e fez uma exposição sobre as dificuldades no atendimento de saúde foi o assessor técnico da secretaria Jorge Trannin.

Trannin, que além de médico é também advogado, apresentou um diagnóstico que aponta o que considera serem “distorções” no sistema de saúde. Uma das principais, segundo ele, está na “porta de saída”, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que ficaram sobrecarregadas com pacientes recusados pela rede hospitalar e passaram a funcionar como se fossem hospitais e a manterem pacientes por períodos maiores, em vez de apenas estabilizá-los para que pudessem ser encaminhados a um hospital.

Outra distorção é na “porta de entrada”, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que apenas atendem consultas e encaminham pacientes, em vez de cumprirem o papel de rede básica, que é o de absorver as urgências de menor complexidade e doenças crônicas com episódios agudos. Muito disso se deve, segundo Trannin, à desinformação da população, que vai diretamente às UPAs ou até aos hospitais para buscar atendimento que seria da rede básica.

Depois de várias intervenções dos vereadores presentes e explicações do secretário Bailak sobre essas dificuldades apontadas, algumas soluções foram propostas, como: abrir as UBSs à noite, fazer visitas técnicas e treinamentos para que essas unidades passem a atender da forma ideal, correção das distorções, implantação de uma triagem diferenciada em toda a rede básica, reestruturação do Hospital de Retaguarda, contratação de mais profissionais e campanha de informação à população sobre o funcionamento das UPAs e UBSs. Na reunião que deve acontecer com o secretário estadual César Augusto Neves Luiz e o Comitê de Urgência e Emergência, os vereadores buscarão soluções rápidas para o aumento de vagas em Cascavel e a melhoria do atendimento.

Na avaliação do organizador da reunião, vereador Pedro Sampaio, o encontro serviu para dar um painel da situação e apontar caminhos para envolver gestores municipais, estaduais, a regulação de vagas, as direções dos hospitais e o empenho político dos vereadores. “Nós estamos falando de saúde pública, precisamos salvar o maior número de vidas. Não podemos, por exemplo, ter a situação em que alguns hospitais se dão ao luxo de escolher os pacientes que vão atender, de acordo com a sua conveniência. Precisamos de todos unidos para que possamos chegar ao ponto em que o Município faça a sua parte, que é a atenção básica, o Estado cuide da complexidade e nossos hospitais conveniados recebam os pacientes. O Município não pode mais e não tem recursos suficientes para fazer um papel que é do Estado”, disse o líder de Governo.

Assessoria de Imprensa/CMC